quinta-feira, 3 de março de 2011

Alarmismo proposital: provocar medo da inflação

Já deixei de ver novela e BBB da Globo, mas como eu me odeio, eu ainda vejo o Jornal Nacional.
Cada vez mais me convenço que o povo brasileiro, se assistir assiduamente o JN, vai ficar, ainda mais, mal informado.

Hoje o casal Bonner e seus editoriais, se superaram. Anunciaram o inusitado crescimento do PIB brasileiro, o terceiro maior do mundo. Motivo de alegria? Para a Globo, motivo de preocupações.
Passaram a palavra aos seus "preparados analistas" econômicos. Foi um festival de bobagens, ao fazerem afirmações sem nenhum fundamento em qualquer manualzinho inicial de economia.

Primeiro realçaram que o PIB cresceu, principalmente, no comércio. Isto é: o povo acreditou e se sentiu seguro e comprou, viajou, pagou escolas, comprou imóveis, automóveis, etc. Certo, até aí, mas não mencionaram os milhões de brasileiros, que com o Bolsa Familia, os PRONAFs e micro-créditos, puderam comprar alimentos e eletrodomésticos. Isso foi fundamental para aquecer todo circuito produtivo da economia interna.
Os ricos gastam fora do país. São os médios que gastam aqui e aquecem a economia.

Depois falaram que o governo vai cortar gastos, mas investe dinheiro no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Segundo eles um ato anula o outro e decorre daí um grande perigo do crescimento da inflação. Aí reside a maior bobagem.
Quando ocorre inflação? Quando os gastos são superiores à produção, pois a demanda maior que a produção, puxa os preços para cima. É preciso "esquentar" a moeda. Ora, os gastos em demasia, por conta de créditos, devem ser acompanhados de produção, para que a moeda não se desvalorize. Como aquecer o setor produtivo?

Injetando recursos na infraestrutura necessária à produção (Obras do PAC). Ou seja: esse é o papel do BNDES . É coerente o que a Presidente fez: mantem o poder mínimo de compra da base da pirâmide, reajustando o Bolsa-Familia e investindo recursos na infraestrutura produtiva.
Além disso, ela cumpre parte do que falou na campanha, que foi gerar oportunidades de trabalho, fazendo a economia crescer e cuidar de reduzir a extrema pobreza.

Existem aspectos do governo que ainda é cedo para julgar. Não estou gostando, por exemplo, da linha de atuação da ministra da cultura. Saudades do Gil! Mas isso é outro assunto, que ainda preciso de maiores informações.

Também ainda não dá para avaliar a retração dos concursos. Creio que é preciso frear o crescimento da máquina pública, aproveitando melhor o pessoal existente e pagando melhor. Isso ainda veremos. Em todo caso, alguns setores de servidores públicos devem se mobilizar. A luta para valorizar o trabalho continua fundamental.

Hoje me pareceu que os comentários foram, propositadamente, desqualificados. A TV Globo parece querer criar um clima de crise econômica, intencionando pautar as ações do Governo, numa tentativa de voltar aos princípios ortodoxos do mais tradicional neoliberalismo. Isso não é bom.