terça-feira, 29 de junho de 2010

África do Sul

Parecia-me que a Copa do Mundo, desta vez, na África do Sul, num continente tão empobrecido e de tão rica diversidade, traria oportunidade de podermos conhecer, muito mais, sobre aquele continente.
A Copa do Mundo, sem dúvida, é um evento Global, de importância planetária, por envolver países de todos os continentes, movimentando milionárias somas e utilizando as mais altas tecnologias de informação e comunicação.

Justo seria, pelo esforço que a África do Sul, certamente, realizou, que os meios de comunicação mais poderosos, que enviaram ao evento da Copa centenas de profissionais, mostrassem ao mundo, através de programas especiais, documentários, filmagens, entrevistas, etc., a diversidade da situação política, econômica, cultural, artística, humana...do Continente africano.

Com o passar dos dias, fui percebendo que isso não aconteceria.
O que aprendi até agora?
Comecemos pela abertura da Copa:
Os artistas e cantores que se apresentaram, não mostraram a musicalidade, a cultura afro, de forma abrangente. Foi um espetáculo que apresentou americanos, ingleses e outros, entre eles alguma coisa da África: a bela fala do Bispo Africano, nobel da Paz, e um vídeo sobre Mandela.

Depois disso, recebi pela internet, de um jornalista, imagens do campo de Golfe, próximo onde se hospedou a delegação brasileira, e este mostrava os jogadores, ricos e brancos, ladeados de serviçais negros. Imagem que parece mostrar a desigualdade entre brancos e negros na África do Sul.
No mais foram notícias esparsas, como o escândalo da traição de uma das mulheres do Presidente sul-africano.

Também foi noticiado, breve e superficialmente, a greve dos funcionários africanos, que estão trabalhando na organização e funcionamento da Copa.
Aprendi, também, que JABULANI é o nome da bola na língua sul-africana e que as barulhentas cornetas são chamadas de VUVUZELAS.
Mostraram, sim, que além dos jogos, os turistas podem realizar passeios para conhecer e "conviver" com animais selvagens, os maiores e "mais perigosos predadores" da África, reforçando a idéia de que, o que mais identifica a África é seu aspecto SELVAGEM: leões, tigres, girafas, e seus nativos, quase selvagens também. Assim são mostrados.

Pelo visto, se continuar assim, a gente vai ter que buscar outras fontes, para conhecer um pouco mais sobre a economia, a saúde, a cultura, as artes, a educação...da África do Sul.
A África continuará sendo um continente estranho e, no máximo, singular e excêntrico. Penso que a Copa deveria instigar um maior conhecimento e um maior compromisso de todos os países, com esse continente, que doou seu sangue negro, durante a escravidão, contribuindo com a acumulação de riquezas e com o desenvolvimento em dezenas de países. África que foi colonizada, explorada e saqueada durante séculos. Há, sim, uma dívida social do mundo com o Continente africano.
Mesmo assim, foi capaz de acolher, com alegria, seus antigos algozes e todos os visitantes que lá estão.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

De repente


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
(Vinicius de Moraes)

Foi de repente que todos nós: marido, filhos, irmãos, cunhados, sobrinhos e amigos,
fomos surpreendidos com a notícia, assustadora, de que nossa amada amiga Marilene Dalmaso Coelho, iria fazer uma cirurgia decisiva: tinha câncer na visícula.

No dia primeiro do ano, ela estava conosco no Rincão de Lurdes, em Caçapava, celebrando com os familiares, cantando, ajudando, rindo, gargalhando.
Em janeiro na praia. Em fevereiro ajudando limpar o terreno para ampliação da casa( um sonho que começava a se realizar). Queixou-se de dor nas costas, poderia ser de fazer força: não fugia do trabalho. Mas não era de fazer força.

E de repente soubemos, e percebemos logo, que só um milagre poderia salvá-la. A nossa medicina pouco podia fazer.
A familia e todos nós, agarramo-nos à esperança de terapias alternativas. Tudo foi feito.

Em março a cirurgia, em 22 de junho, pegamos em sua mão, ouvimos sua voz fraquinha, a nos dizer" que bom, que bom".. (ver-nos) quando a visitamos. Vimos, pela última vez, as lágrimas silenciosas escorrerem no canto dos seus olhos. Vimos ela sair na, maca, rumo ao Hospital e no mesmo dia, ela disse, pela última vez, ao marido e a um dos filhos:" estou bem". Foi a última expressão em vida.

A Marilene era uma mulher linda, alta, forte, alegre, vigorosa. Quando chegava, iluminava o ambiente com seu sorriso, com suas gargalhadas bem-humoradas. Tinha habilidade com as palavras, com as pessoas, com os problemas: era sábia.
Quando encontrava as pessoas, abria bem os braços e abraçava forte. Era acolhedora.
Tinha muitos amigos e era muito conhecida: 30 anos professora. Cultivou muitas e sinceras amizades: colegas de faculdade, colegas de magistério, irmãos de sua comunidade, familiares.
Na despedida, foi uma multidão de pessoas que se despediam.

Ouvi tantas afirmações que me faziam pensar. Alguns falavam que ela tinha cumprido sua missão na terra e que seu espírito estava pronto, não mais reencarnaria. Outros falavam:" onde quer que esteja, ela está feliz"! Ou ainda: "ela se reencontrou com seus pais e irmãos, que partiram antes dela".
"Ela estará olhando por nós, seus amigos".
Tantas crenças reveladas nessas expressões!

Eu pensava, que não importa se verdade ou não,( isso depende de fé e deve ser respeitado) ela estaria entre nós, pelo que ela viveu com todos nós.
Minha dor foi constatar, que uma doença pode ser tão destruidora, capaz de consumir 60 anos de crescimento, de energia, de forma tão rápida e tão avassaladora.
Tão rápido ser capaz de retirar toda a beleza daquele corpo, que fora tão belo e tão vigoroso. De repente, ela desapareceu, tão de repente!

Mas a beleza da Marilene a doença não retirou, até o fim ela foi capaz de ser amável, gentil, generosa. Até o último momento, preocupava-se em não causar desconforto e sofrimento a ninguém. Tão serena e confiante, tão paciente!
Não importa se tem ou não outra vida, a Marilene deixou vida se multiplicando, dando frutos.
Ela era a mais jovem, a caçula e era na casa dela que os familiares buscavam abrigo, diante das doenças e dos problemas. Acolhia, ajudava, testemunhava sempre acolhimento e solidariedade. Isso é eterno, isso é a ressurreição!

Foi doloroso ver as irmãs idosas cuidar da caçula (em meio às lágrimas) e depois velar a irmã. Meu Deus, foi muito sofrido e comovente! Comovente, também, os cuidados, a esperança, as pesquisas dos familiares, para tentar segurar a vida da amada.
Jamais, enquanto viver, vou esquecer a minha querida cunhada Marilene. Aprendi muito com ela.
Sentiremos muitas saudades.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

FETISM

Está acontecendo o 3º Festival de teatro Independente de Santa Maria (Fetism).
Com espetáculos nacionais e internacionais, alguns no espaço Cultural Victorio Faccin (TUI), alguns na Praça Saldanha Marinho e alguns no Teatro Treza de Maio. De 10 a 19 de junho.

Já fomos a tres espetáculos, diferentes, mas todos de muito boa qualidade. No gera, são alunos graduados em Artes Cênicas, mas que, além disso, estão apostando no teatro, saindo de Santa Maria, projetando-se pelo Brasil, como o grupo Camaleão.

E teatro é tudo de bom. Faz sonhar, faz refletir e move o desejo de engajamento para ajudar a construir mais alegria e poesia neste mundo.
Os dois primeiros espetáculos fizeram isso comigo.

O primeiro espetáculo, pela capacidade de questionar a vida, a rotina, o andar sem sentido, pela plasticidade, pelos movimentos dos corpos: alguns movimentos lembravam a dança, o ballet.
O segundo, fantástico, com o uso da mímese, duas atrizes e um ator, foram capazes de produzir o efeito de festa numa praça, com centenas de pessoas.

Pouco cenário e muito recurso do corpo e de sons. A praça, com o povo em festa. Comovente enredo, em que a generosidade de um homem, que usa como desculpa, festejar o casamento do filho, banca uma festança que se prolonga enquanto ele tem dinheiro. Festa aberta à multidão, manifestação de um desejo grande de um mundo mais alegre e fraterno.

Me comoveu o despojar-se, o tornar-se nú e transformar a praça na sua morada.
A praça ocupada pela vida, pela diversidade, pela alegria. É uma boa idéia. Os dois espetáculos tratam das subjetividades das multidões, são muito contemporâneos. Ótimos atores! Ô gurizada boa!
Mas o interessante, foi a dinâmica democrática e educativa dos debates, com o público e os atores, no final. Não havia júri, nem competição, mas a possibilidade de entendidos e não entendidos de teatro, poderem falar do que sentiram, elogiar e criticar, democraticamente e aprender.
Muito bom!Parabéns aos organizadores do FETISM, pessoal do Macondo e em especial aoLeonardo e Lúcia, entre outros. E teve casa cheia nos três espetáculos. Outro dia comento a peça Abajur Lilás.
Quem não foi ao teatro, ainda, vá. Os próximos espetáculos serão na praça. Vale a pena.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

ONU DESMORALIZADA E VENDIDA

O já desgastado e desmoralizado Conselho de Segurança da ONU aprovou novas sanções ao Irã, por SUSPEITAR que os iranianos podem estar enriquecendo Urânio para fins de construção de armas nucleares.

Sem esperar se o Irã iria respeitar o acordo firmado, com intermediação do Brasil e Turquia. Ciúme de Obama e seus lacaios seguidores? Perda de força internacional? Pode ser...

O Irã pouco está se lixando com essas sanções fajutas, sanções que, agora, só servirão para dar razão ao Irã para, supostamente, querer mesmo pensar em armas nucleares. Sanções que vão tornar qualquer negociação muito mais difícil.

Eu e muitos nos perguntamos:
Por que ninguém questiona os arsenais nucleares que diversos países tem? Por que eles podem ter, não desativam suas letais armas nucleares, antes de exigirem que outros não possam nem enriquecer urânio?
Por que Est. Unidos e União Européia e outros, não exigem que Israel esclareça ao mundo sobre seus arsenais nucleares?

Por que o Conselho de Segurança da ONU não faz sanções e aplica penalidades a Israel, que violou águas internacionais, invadiu a Flotilha da Liberdade, de ajuda humanitária, no litoral de Gaza e matou 9 cidadãos turcos, a bordo do barco Mavi Marmara?

O Primeiro Ministro da Turquia, RECEP TAYYIP ERDOGAN ( mais reconhecida liderança atual do mundo muçulmano-árabe, peloas suas posições fortes em favor da paz) assim se pronunciou, após o assassinato dos 9 cidadãos:

"...O país (referindo-se a Israel) que insiste em atrair sobre si o ódio do mundo, jamais conseguirá viver em segurança; Israel boicotou uma depois da outra, todas as tentativas do mundo em direção à paz."
Erdogan teve a coragem, de frente a frente dizer a Simon Peres (Presidente de Israel), no Fórum Econômico de Davos em janeiro de 2009:

"Presidente Peres, o Senhor é velho e sua voz fala do fundo de uma consciência culpada. Em matéria de matar, o senhor é mestre. Sei perfeitamente com que maestria os israelenses espancam e matam crianças palestinas nas praias".

E a ONU nada faz, concretamente, para tirar da escravidão, fome e opressão, milhares de árabes confinados na faixa de gaza, (pelas armas de Israel) morrendo aos poucos, numa situação parecida com os campos de concentração nazistas.

E os líderes ocidentais fazem sanções ao Irã, porque supostamente estaria ameaçando a paz? Quem tem invadido, matado e usado armas necleares em toda a parte do mundo?
Por que só o Irã é perigoso?

Sou contra armas nucleares e armas de qualquer espécie. A ONU deveria, sim, exigir um urgente processo de desarmamento geral e irrestrito e de respeito a soberania de todos os países.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

DIVERSOS

I - E O HAITI?

Durante a trajédia do terremoto, abundavam imagens, notícias e manifestações. Agora, silêncio quase absoluto. A última notícia que ouvi a meses, era que o ex-presidente Clinton ia coordenar a reconstrução do Haiti. Isso é efetivamente preocupante.
Ah e hoje vi notícia de que alguns militares, que estavam de férias aqui em S.Maria, retornam à "missão de paz".
Tenho procurado saber nos diversos canais de televisão, de TV a Cabo, e não consigo notícias do Haiti. Nem noGoogle. Neste, as notícias são da época do terremoto. (janeiro e fevereiro).
Pobre Haiti, esqueceram-no tão rápido!. Talvez não, pelos que vão sugar o resto que existe de riqueza, na reconstrução. Quem souber do Haiti, por favor, me informe.

II - CAMELÔS

Li no jornal que está marcada a data da transferência dos camelôs da Praça Saldanha Marinho para o shopping popular (dia 25 do corrente).
Tenho diversas dúvidas:

1- O que a Prefeitura entende por revitalizar o centro?
2- Para revitalizar vai arrancar as árvores que existem e plantar alguns poucos coqueiros, deixando as pessoas sob a mira dos raios solares? Foi o que vi no jornal, no projeto de como vai ficar o centro. Não gostei.
3- Em pouco tempo esses espaços não serão ocupados por novos camelôs? Como evitar isso?
4- Não vai criar mais problema social, se as vendas desses ambulantes despencarem, uma vez que a característica desse tipo de comércio, é estar aí, no caminho, no burburinho?
5- Vai haver lugar para todos os que, hoje, vendem seus produtos nas ruas?
6- Que destino terão aqueles que não couberem no shopping Popular?
7- Esses espaços públicos, agora devolvidos ao público, poderão ser usados efetivamente pelo público, para suas manifestações culturais, artísticas e políticas?
8- E as banquinhas do" Projeto Esperança, Cooesperança", da Economia Solidária, vão continuar comercializando nesses espaços?
Terão provilégio, em relação aos outros? Ou ninguém se atreveria a comprar briga com a hierarquia da Igreja Católica? Quero ver!

Efetivamente, ha pouco espaço para as pessoas transitarem no centro de Santa maria. Eu, pessoalmente, gosto da presença dos ambulantes no centro. Gosto de parar, olhar, conversar. Me sinto mais segura. Penso que o centro pode ficar mais descuidado.

Defendo a tese de que só teremos segurança nas ruas, quando a população tomar as ruas. Quando em cada rua e/ou quarteiraão, as pessoas descerem de seus apartamentos, iludidas de que estão protegidas com os alarmes e cercas elétricas e planejarem comunitariamente o uso e ocupação de seus espaços de moradia, responsabilizando-se por eles. Controle popular sobre os espaços. Ocupação popular também. Torço para que todos, ambulantes e população, saiam satisfeitos, com essa mudança.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Eventos de Educação

Ontem participamos de dois eventos de educação.
Em primeiro lugar quero comentar sobre o evento, promovido pelo MOBREC (Movimento de Educadores Cristãos) que, durante tres dias promoveu o X Congresso Internacional de Educação Popular. Tema: Vida e Educação: Buscando Alternativas Soidárias e Emancipatórias.

Além das palestras gerais para todos os inscritos, estes deveriam, também, escolher uma oficina na qual participariam e, se quisessem, poderiam apresentar trabalhos acadêmicos e/ou pesquisas de campo.
A mim coube coordenar uma das oficinas: Avaliação da aprendizagem na educação humanizadora e emancipatória.

Dez trabalhos foram apresentados. Só um tratou diretamente do tema. Alguns trabalhos muito fracos e conservadores, na minha opinião. Mas todos foram contribuições ao debate. Os assuntos mais abordados foram a educação para portadores de necessidades especiais, a violência, os distúrbios de atenção e o fracasso escolar.

Mas o que chamou a atenção mesmo foram dois trabalhos de extensão, com agentes comunitários de saúde, realizados por enfermeiras, de educação para a saúde.
Beleza as concepções e práticas dessas enfermeiras: educação horizontal, respeitando os contextos, considerando o saber popular, a partir de fatos da realidade, problematizados e em diálogo com os sujeitos. E nesse contexto, os conhecimentos técnicos iam sendo estudados.
Em relatos de professores não se viu essa clareza pedagógica.

Quanto à minha exposição sobre a avaliação, em educação emancipatória, fui passando a palavra e problematizando a cada trabalho apresentado.
A dificuldade, é claro, é encontrar práticas de educação emancipatória e muito menos avaliação para essas práticas.
No final tentei refletir com eles sobre isso. Falei trinta minutos. O que gostei foi dos debates durante as oficinas. Trabalhamos das 13:30 às 17:00. Cansei mas gostei, revi colegas, recebi abraços e uma xícara com a pintura da Vila Belga, bem bonita.

O SEGUNDO evento foi assistir um documentário, no Macondo, sobre os pixadores e/ou grafiteiros.
Após nossa dança nas Dores, exercícios obrigatórios de terças e quintas-feiras, fomos ao Macondo, pela primeira vez, para conhecê-lo e para o evento de cinema e debate do Macondo.

O documentário, feito por pixadores mesmos, bem artesanal, foi bem interessante e, nós educadores, temos que conhecer essa forma de expressão e de arte.
Considero um aprendizado que fiz sobre isso.
Não consegui ficar até o fim, para o debate. Quero trocar idéias com a Lúcia e Leonardo sobre isso.
De qualquer forma, aprendi.Ouvi os depoimentos dos personagens que fazem pixações.
No geral, concluí que somos preconceituosos e ignorantes em relação a essa forma de expressão.

Concluí, também, que naqueles traços, que, por vezes parecem garratuchas ou escritas primitivas, mistura de letras, com desenho, com número, com figura geométrica, assinados e realizados sob o risco de serem pegos, processados, presos, de atuarem sobre a "propriedade privada", sob adrenalina, em grupos, com muita maestria e agilidade, estão personagens que estão se expressando.
Alguns, desenvolvem mais o desenho: rostos, bixos, corpos, natureza...muita cor, muita densidade, traços fortes, pesados e muuuuuito expressivos. Eu vejo ARTE nessas expressões.
Mas, reconheço, entendo pouco.

Ouvir as pessoas que realizam esse tipo de "Arte"(são arteiros também), diminuiu minha ignorância e meu preconceito.
Fomos educados para ter preconceitos com o diferente, o não convencional, o ilegal. Aprendi e preciso aprender mais.