terça-feira, 25 de setembro de 2018

Posicionamentos sobre o processo eleitoral


Diversos amigos têm me provocado para que eu me posicione sobre o processo eleitoral.
Então, vamos lá. Inicialmente quero tecer algumas considerações e, por fim, respeitando as diversas opções de voto, sugerir os candidatos nos quais vou votar.
Primeiramente, vamos às considerações. Sem querer afirmar categoricamente nenhuma das hipóteses que levanto, desejo compartilhar algumas ideias para reflexão de quem me der a honra de lê-las, alertando que neste espaço limitado não posso fazer justificativas aprofundadas.

-O modelo de democracia representativa e delegativa que temos parece estar se esgotando frente às necessidades das multidões e à complexidade dos problemas e desafios contemporâneos. Talvez por isso sejam tantas as frustrações e decepções.

-A desesperança é alimentada, também, pela ideia recorrente que dependemos quase exclusivamente das eleições para participação cidadã e para realização de ações que melhorem a vida.

-Acredito que as grandes transformações nas instituições, nos modos de vida, nas formas de gestão dos bens da natureza e dos recursos naturais, nas relações sociais, econômicas e nas novas subjetividades, tenham muitos limites para serem realizadas apenas pela via eleitoral (e não acredito e nem defendo a via insurrecional armada). O processo eleitoral pode contribuir sim, abrindo espaço para que as multidões, através de sua rica diversidade, possam ir construindo, vivenciando e cooperando para modos de vida libertários e emancipatórios. Para isso, são fundamentais gestores públicos que garantam a democracia, que dialoguem em lugar de reprimir,que impulsionem iniciativas de empatia e de solidariedade. É preciso organização, cooperação e ações para além do processo eleitoral.

-Entendo que as candidaturas de qualquer partido tenham que apresentar programas e métodos de gestão em que o eleitor possa vislumbrar mais tranquilidade, paz, oportunidades, garantia de saúde, educação, mobilidade, enfim, dignidade de vida, e que isso seja para todos os seres humanos, em qualquer condição e com cuidados inclusive com os outros seres não humanos.

-Tenho acompanhado quase todos os programas de propaganda eleitoral, de todos os partidos, inclusive do PT, e devo dizer, com toda franqueza, que fico insatisfeita. São insuficientes, pouco esclarecedores e, diria, até pobres.

-Percebo também que há candidatos e eleitores que em suas manifestações defendem projetos de governança que não manifestam preocupação prioritária em contribuir para melhorias das condições de vida de todos, mas centralizam seus programas e propostas no combate a situações e modos de vida e de ser que vão na contramão da inclusão e do respeito. Fazem afirmações de repressão, de abandono e de desmonte que em vez de potencializar a vida, contribuem para o extermínio, a anulação do outro. Alguns alvos são claramente identificáveis: os indígenas, as pessoas homessexuais, os pobres, os negros e negras, as mulheres, os quilombolas, os dependentes químicos, entre outros.
Em algumas manifestações transparece que a motivação é a intolerância e o ódio. Isso é perigoso porque gera mais violência.



Em segundo lugar, todos os meus amigos conhecem minha história política e minha relação de fundadora do PT. Tenho feito muitas avaliações críticas sobre algumas ações de nossos governos e acho realmente que a alternância é saudável para a democracia e oportunidade de novos aprendizados e espero que muitas coisas melhorem com os próximos eleitos em relação à gestão da coisa pública, na relação com a sociedade, nas alianças políticas, que devem se pautar em critérios programáticos e não fisiológicos e que aperfeiçoem também as relações internas do partido. Creio que, com alguma exceção embasada nas opções que descrevi acima, temos como escolher bons candidatos, em diversos partidos.
Quanto a mim, votarei por coerência à minha história e porque as opções programáticas, de modo geral, são, ainda, as que mais se aproximam do que acredito. Votarei em Haddad e Manuela, no Miguel Rosseto e Ana Affonso, aqui no estado, no Paim e na Abigail como senadores. E para deputados federais e estaduais temos diversas opções, com companheiros de grande valor e de história de luta e de coerência. Acredito que precisamos aumentar a bancada de mulheres, com opções populares e libertárias.

Pessoalmente vou votar e peço votos para LUCIA CAMINE, 13613. Primeiro pela pessoa digna, corajosa, serena, respeitosa, com grande capacidade de ouvir e de dialogar. Segundo pela clareza e preparo como educadora. Comprometida e com larga experiência em educação pública e de qualidade em todos os níveis. Eu a conheci bem quando fui Coordenadora de educação e ela era Secretária de educação no governo de Olivio Dutra. Voto na Lúcia com certeza e tranquilidade de que é um voto coerente com minhas convicções.