segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Visita do Presidente do Irã ao Brasil

A coluna OPINIÃO DA RBS do Diário de hoje tem o título: O EMISSÁRIO DA INTOLERÂNCIA. A coluna tem a pretensão de induzir qual deve ser o comportamento do governo brasileiro em relação a visita de Ahmadinejad. Menciona diversas supostas posições do Presidente do Irã, que considera negação aos princípios mais elementares dos Direitos Humanos. Diz literalmente que o Sr. Ahmadinejad "mantém o mundo sob a permanente ameaça nuclear".
Ora, me poupem! Claro que não precisamos concordar com a suposta pena de morte para homossexuais, entre outras idéias que não concordamos e que devemos publicizar nossa posição, mas daí a achar que é do Irã que vem a ameaça nuclear e os ataques aos direitos humanos, é muita hipocrisia. Sou da opinião que todos os países que possuem armas nucleares e de destruição em massa, devem destruí-las ( se é que isso é possível) e NÃO USÁ-LAS JAMAIS, antes de querer exigir qualquer coisa, nesse sentido, de outros países que não as tem. Se o Irã é ameaça, o que dizer do massacre de civis palestinos, realizado por Israel,diante dos olhos do mundo, neste ano? E a Invasão e mortes realizadas pelos Estados Unidos no Afganistão e no Iraque, com a utilização de armas de efeito radioativo, que tem matado e gerado câncer em crianças, mulheres e idosos? E onde estão as armas de destruição em massa do Iraque? Não foram encontradas, mas mesmo assim, milhares de cidadãos, civis, foram mortos, com esse pretexto. Isso sim, é ameaça concretizada! O Presidente do Irã é o emissário da intolerância? Não esteve aqui o presidente de Israel, que tem sido TÃO INTOLERANTE com os palestinos? Não li nenhuma recomendação sobre as intolerâncias e a periculosidade de Israel. Quanta hipocrisia! Ainda bem que o Presidente Lula é bem lúcido e sabe separar o joio do trigo e tem demonstrado competência e liderança no trato das questões internacionais!

sábado, 21 de novembro de 2009

Os estragos das chuvas

Aos sábados o Irineu e eu costumamos ir ao Centro de Comercialização da Medianeira, onde os agricultores Familiares vendem seus produtos. Ali, a gente encontra de tudo um pouco, para a alimentação da familia e ainda pode-se admirar e comprar artesanato da região. Tem verduras, frutas da estação, queijos, massas, pães, cucas, bolos, mel, melado, temperos, flores, galinha de colônia, salames, (embutidos em geral), geléias, etc. Além disso é um passeio e a gente sempre encontra conhecidos e amigos e conversa com os produtores sobre a qualidade dos produtos, sobre as dificuldades e progressos. Torcemos muito por esses agricultores familiares.
Hoje fomos lá para abastecer-nos para a semana. Ficamos tristes. O setor de verduras estava precaríssimo. Dava pena de ver o que restou depois da chuvarada! Numa banca, conversei com a trabalhadora rural sobre as alfaces, brócolis, rúcula, agrião, que haviam na semana anterior e ela me respondeu triste: " apodreceu embaixo d'água. E todas as bancas estavam muito precarizadas. Os preços também subiram. A gente pode sentir rapidamente o quanto a agricultura familiar é vulnerável. Por isso, creio, esses trabalhadores sempre precisarão de mais apoio, pois trata-se da comida que chega à nossa mesa.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Piso salarial ou teto, para professores e brigadianos.

A Governadora Ieda remeteu à AL projeto de Lei sobre remuneração ao magistério e Brigada Militar. Sobre a Brigada Militar não conheço direito a situação, só sei que a categoria não foi ouvida e que tem problemas, como no magistério.
No nosso caso (do magistério) é o mais sacana dos projetos que algum governo já enviou. Por que? Porque a curto prazo seduz boa parte da categoria, que, desesperada, vai dobrar o valor do mísero salário que recebe. Isso é tentador e humanamente compreensível que esses milhares de professores desejem que o projeto seja aprovado, mesmo sacrificando o futuro.
No entanto, todos os professores, da ativa e aposentados, que estejam recebendo acima de 1.500,00 não terão reajuste algum e não se sabe quando o terão. O projeto de lei não foi debatido com a categoria para que pudesse ser construído alternativas de preservação da carreira, mantendo estímulo à formação e qualificação. O Plano de Carreira, pelo que se ouviu do projeto, simplemente desaparece. Na verdade, se os 1.500,00 fosse piso, deveria ser contemplado com os benefícios da carreira, incidindo sobre ele os percentuais do Plano de Carreira. Isso seria muito mais do que a categoria reivindica. É claro que não se trata de piso, mas de TETO salarial.
Óbvio que, para teto, é um valor muito reduzido, para dedicação exclusiva. Quem se aposentou, depois de 25 ou 30 anos de serviço, fez especialização, dedicou-se, isso é um mau salário e, certamente, não dá conta do sustento digno da familia.
Com o projeto, Ieda institui e meritocracia, com o 14º salário por produtividade e já se sabe que isso vem junto com a implementação do ensino unificado, padronizado, com a utilização das Cartilhas. (já estão havendo treinamentos com os supervisores escolares sobre isso). Os professores TERÃO que seguir as cartilhas, pois sobre os seus conteúdos o Estado vai realizar a avaliação externa e identificar a tal de produtividade de cada professor. Isso está na contramão da LDB que indica que os Projetos Pedagógicos devem ser construídos pela comunidade escolar, considerando as especificidades de cada região ou comunidade. Muitas direções e professores vão gostar pois é mais comodo. Já vem tudo pronto.
Por outro lado, essa proposta pedagógica (se é que se pode chamar isso de pedagógico) está defasada em relação à atual tendência dos modos de produção. Essa proposta é Taylorista, segue a lógica da linha de montagem, já em declínio. Deixa-nos sem saber o que fazer. As perspectivas são muito ruins para a educação e para a categoria, que, certamente, sairá dividida, enfraquecida e sem vontade de estudar e de se aperfeiçoar. Precisamos derrotar o PSDB nas eleições ( e seus aliados) porque eles são, sob todos os aspectos, um retrocesso, a volta do entreguismo, do autoritarismo e da subordinação aos ditames do Capital e do Mercado. Precisamos encontrar a estratégia para continuar lutando. A greve, provavelmente, será difícil, exatamente porque muitos precisam urgentemente desse dinheirinho, mesmo sacrificando a carreira.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Eu vi o deboche ao grito dos pobres

Quarta-feira de manhã, ao cruzar a Praça Saldanha Marinho, deparei-me com uma mobilização de moradores das vilas periféricas de Santa Maria, clamando por melhor atendimento à saúde. Estavam com um caminhão de som e um coordenador explicava os motivos da manifestação. Moradores seguravam faixas, queixando-se da falta de médicos nos postos e de outros tipos de negligência, com o atendimento à saúde pública. Estavam presentes pessoas que fazem tratamento contra a Anseniase, conversei com algumas. Haviam muitas mulheres e crianças.
As alegações dos moradores eram muito pertinentes. Pareceu-me uma justa e digna mobilização por um direito fundamental, garantido em Lei.
Sobre isso, li no jornal de hoje (Diário de Santa Maria), que o Secretário de Saúde e vice-prefeito José A. Farré, recusou-se a recebe-los, alegando que não era uma manifestação séria.
Pergunto-me: por que não era séria? Será por que, visivelmente era uma manifestação de gente pobre, modestamente vestida, composta, na sua maioria, de mulheres e crianças?
O que me espantou foi a reação de populares que passavam: Houve gente que desviou o caminho para não passar pelos manifestantes. Dois guardas municipais comentaram com uma senhora e comigo, que aquelas crianças deveria estar na escola e "não aprendendo a fazer baderna". Outro senhor que varria a rua, falou em voz alta, para quem quisesse ouvir: "daqui a pouco esses vagabundos vão acabar presos". As pessoas que passavam, estudantes, senhoras, senhores (gente bem vestida) passavam, riam, sacudiam a cabeça de forma negativa e alguns criticavam a manifestação.
Pensei: O que há de errado com a manifestação? Ou há algo errado com esses populares, tão indiferentes às causas de defesa da vida? A que grau de desumanização ou de decepção se chegou para que uma reivindicação tão pertinente, tão necessária, seja percebida como baderna de gente desocupada? Continuo pensando e ainda não entendi. Alguém pode me ajudar a entender?

20 anos da derrubada do Muro de berlin

Esta semana a grande imprensa divulgou a comemoração dos 20 anos da derrubada do Muro de Berlin, que separava a Alemanha Ocidental (capitalista) da Oriental (socialista). Falaram no significado desse acontecimento, símbolo de libertação, de democratização do mundo, do avanço da humanidade, etc. etc. Ouvi alguns depoimentos de antigos moradores de Berlin Oriental e da decepção com as atuais condições de vida (desemprego, insegurança, etc.) e do muro invisível que ainda separa os moradores das duas Alemanhas.
Fiquei pensando por que os meios de comunicação do atual e hegemônico modo de vida, comandado pela total liberdade de Mercado, não falam dos muros do Capitalismo? Só para citar dois: O muro vergonhoso da Cisjordânia, imposto por Israel (com apoio dos Estados Unidos e seus comparsas) aos Palestinos, estes submetidos a humilhante precariedade de vida. Tanta é a opressão que até a água é racionada, por imposição de Israel.
E o muro que separa fronteiras do México com os Estados Unidos? O capital financeiro, as transnacionais, podem transitar livremente por todos os países, sem muros, sem respeitar fronteiras. Por que a livre circulação de pessoas não é permitida? O Capital não tem Pátria, não tem fronteiras, mas às pessoas, erguem-se muros.
Mas aí pensei também em outros muros, e cercas: as cercas do latifúndio, que separam os sem-terra e minifundiários das grandes extensões de terras, tomadas por estrangeiros, grileiros, banqueiros...e que tem provocado tanta pobreza e violência! E os muros impostos pela discriminação, pela intolerância, pela desigualdade econômica, social e cultural? Lembrei-me até de um muro construido num bairro de classe média de Santa Maria, para se separarem e se "protegerem" dos pobres das ocupações! E tem ainda os muros subjetivos, daqueles que não toleram o diálogo, as singularidades, as diferenças, a pluralidade.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

SOBRE O ATO DE FALAR E ESCREVER

Confesso, tenho dificuldades para transformar o "verbo" em "texto". Assim como a maioria dos professores eu falo muito e escrevo pouco. Nas escolas, muitas práticas significativas são realizadas e deixam de ser compartilhadas porque não são registradas.
Mesmo quando os professores participam de congressos e seminários, pode-se constatar que pouquíssimos fazem anotações. Observei, nos meus 30 anos de magistério que, de modo gera, os professores não gostam de falar em público. Quando falam, então? Na sala de aula. Aí é o seu espaço e aí eles teem dificuldades de deixar que outros falem.
Há uma queixa geral dos professores sobre a desatenção e excesso de barulho (conversas) em sala de aula, por parte dos alunos. Há professores que exigem silêncio e não dão chance ao diálogo.
Há momentos que o silêncio é reflexão, é a voz que ainda não se transformou em fala, porque silêncio e diálogo parecem estar relacionados.
Mas assusta-me o silêncio da omissão, da submissão, o silêncio que sufoca, que consente porque sufoca a vontade de gritar.
É absurdo pensar o ser humano sem a palavra, sem que possa expressar seus desejos, sem que possa intervir e dialogar.
É grande o número de estudantes que ingressam na escola falantes, alegres, curiosos, comunicativos, perguntadores e ao longo de anos de escolarização, vão perdendo a alegria, não gostam de ler, nem de escrever e muito menos de falar em público. A maioria se expressa com dificuldades. A escola é capaz de realizar essa façanha! Não haverá, aí, um tipo de violência institucionalizada? A de não permitir a liberdade de falar?
Mas o que é uma prática pedagógica que promove o diálogo?
Certamente o professor terá de coordenar esse processo para realimentar curiosidades, instigar pesquisas e argumentações, debater e resolver problematizações, etc. e isso só poderá acontecer se o diálogo constituir-se como negação do silêncio imposto, respeito às diversidades, desejo de conhecer, ouvir e aprender, apreço pelos saberes dos educandos, incentivo à oralidade, à manifestações de emoções, de opiniões, de afetos.

OBAMA ESTÁ DECEPCIONANDO

Escutei um comentário na TV, que em 28 de outubro passado, na Assembléia Geral da ONU, 187 países rejeitaram o embarco econômico dos Estados Unidos à Cuba. Votaram a favor do embargo, além dos EUA, Israel (como era de se esperar) e Palan (um pequeno país da Micronésia, no Oceano Pacífico). Não consigo entender, por que o Obama ainda mantém esse embargo? Quem o pressiona? Pensei que Obama tivesse apoio interno e internacional suficiente para tomar atitudes que não podem mais esperar. Estou decepcionada.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ESTOU INDIGNADA

A notícia de que a UNIBAN expulsou a estudante de jornalismo, GEISY VILLA NOVA ARRUDA, de 20 anos, porque usou mini-vestido e foi agredida por uma TURBA de moralistas, fascistas, machistas, estupradores em potencial, foi uma atitude ilegal, preconceituosa, estimuladora da violência contra a mulher. Essa medida da UNIBAN, mostra que a instituição só pode produzir TURBA, pois, ao invés de transformar o episódio em debates formativos, pune a vítima, age de forma ilegal, comete discriminação, estimula a agressão contra a Mulher. Usei mini-saia durante toda minha juventude e nunca me senti ameaçada. Uma das características do machismo extremo é o de culpar a mulher pelo seu corpo. Cochas, nádegas e seios, seriam os responsáveis pelos estupros. Ainda persiste, infelizmente, as atitudes de culpabilização das mulheres, para justificar atos de violência. Eu cheguei a dizer que as lutas feministas estavam se esvaziando, com a igualdade de direitos e de respeito à condição feminina. Acho que me enganei.
Que bom que o MEC vai apurar os fatos e instaurar processo Administrativo em relação à UNIBAN. Espero que o MEC seja rigoroso com a instituição.

sábado, 7 de novembro de 2009

Não perca seu tempo de vida

Fiquei sabendo que no prédio em que moro, no mesmo andar do meu apartamento, mora uma jornalista da RBS. A jovem passou por mim e outra moradora e nos saudou. A moradora, com a qual eu conversava, ficou muito admirada quando manifestei não conhecer a repórter, pois ela é apresentadora do Jornal do Almoço. Percebi em suas palavras, uma discreta crítica por não assistir o Jornal do Almoço. Aí ponderei que não o assisto, por ele ser no horário do almoço e procuramos preservar esse momento de preocupações com notícias ruins e trágicas, que é o que mais é veiculado. "Não olhamos televisão durante o almoço".
Ela admirou-se e ponderou sobre a necessidade da gente estar atualizado. Tentei explicar que o almoço, acompanhado das pessoas que nos são caras, é dos poucos momentos que temos a oportunidade de olhar e prestar atenção nas pessoas:ouvir, perguntar, às vezes atualizar assuntos do cotidiano, ou apenas saborear, sentir o prazer do alimento e de estarmos juntos. É um tempo que é nosso, é tempo de nossa vida.
A televisão tem capturado esse tempo, ela precisa de nossa atenção, para que possamos assistir as propagandas. Os patrocinadores precisam que a gente assista suas propagandas, querem vender seus produtos e obter lucros.
Quando assistimos televisão, entregamos nosso precioso tempo de convivência. Por isso não assisto todos os telejornais e duvido da veracidade de muitas informações, do modo que são divulgadas. Para me informar, opto por alguns jornais e algumas assinaturas e escolho os programas de televisão que desejo ver (entre as poucas opções que nos são ofertadas), sem roubar o tempo que posso estar com as pessoas que convivem comigo, ou que nos visitam.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Da minha janela, eu vi...

Eu estava costurando e minha máquina fica de frente para a janela. Posso observar o que acontece na rua. Bem no entroncamento entre a Av. Liberdade e a Venâncio Aires tem uma sinaleira. Eram nove e meia, o sinal estava fechado e eu havia observado a pequena fila de carros esperando o sinal abrir. De repente os carros avançaram, quase em disparada, com o sinal ainda fechado. Pessoas corriam em direções opostas, uns fugindo das esquinas da sinaleira e outros chegando em direção à mesma. Um homem vinha atravessando a Venâncio, pasta na mão, voltou correndo, dirigiu-se ao carro, entrou e saiu em disparada, com o sinal ainda fechado. Pensei, " o que será que está acontecendo?" Parece que enlouqueceram?
Aí ouvi gritos: "pega ladrão, pega ladrão!" E vi subindo a Venâncio quatro rapazes levando fardos de bebidas, pareceu-me um fardo de cerveja de latinha e os outros fardos de refrigerante. Corriam sudindo a Venâncio e logo atrás tres homens de camisa azul, todas do mesmo tom, em disparada atrás dos larápios. Outros dois homens também subiram correndo, querendo ajudar, creio eu. De fato, daí a alguns minutos desceram todos, menos os ladrões, com os fardos de bebidas, recuperados. Aí observei que junto ao bar que existe na Av. Liberdade, haviam dois caminhões de bebidas estacionados, abastecendo o bar, que atende pelas grades. Ninguém entra no bar. Dá a impressão que os proprietários estão presos e da prisão atendem as pessoas. Tenho visto, a tardinha, trabalhadores tomando sua cachacinha e refri, na rua, do lado de fora do bar. Isso me impressionou desde o dia em que conheci e comprei no referido bar. Hoje, acho que os ladrões resolveram assaltar os caminhões de bebidas, já que é difícil assaltar o bar, tão gradeado!
Não entendi a razão de todo mundo correr desatinado. Será que estavam com medo de tiroteio, de balas perdidas? Afinal, é o que o casal Bonner e seus colegas dos telejornais falam todas as semanas. A cena era cômica, apesar da tragédia que é, as pessoas se descontrolarem pelo medo. Podia ter acontecido um acidente na sinaleira, pois que ninguem respeitava mais nada. Foram cinco minutos mas fiquei refletindo todo o dia.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

UM PROJETO SOCIALISTA PARA O BRASIL

Dia 21 de outubro passado, esteve em Santa maria, a convite do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, que foi do PT, desde sua fundação e que hoje é pré-candidato à Presidência da República, pelo PSOL.
O Irineu e eu fomos convidados para ouvir o Plínio e debater sobre UM PROJETO SOCIALISTA PARA O BRASIL. Isso nos interessou, mas tanto o Plínio, como os outros "socialistas" que se manifestaram, dedicaram a maior parte do tempo de fala para falar mal e desconstituir o Governo Lula, elegendo-o o principal adversário, na luta pelo socialismo.
Elencaram, obviamente, todas as mazelas, para a humanidade e para o Planeta, decorrentes do Capitalismo. Todas pertinentes.
Sobre o socialismo, toda a discussão foi baseada nas antigas dicotomias homogeneizadoras, que deixam de contemplar a diversidade de situações e de possibilidades, que poderiam ser construídas, para se contrapor ao Capitalismo. Segundo eles, só o socialismo pode ser alternativa ao capitalismo, seja lá o que isso possa significar. Ouvimos afirmações do tipo:"o socialismo só é viável se o capitalismo estiver plenamente desenvolvido e o Brasil atingiu essa condição". Que entendimento podemos ter dessa afirmação? Ela parece admitir que o capitalismo é uma necessidade! A pergunta inevitável é: será possível, pela via da tomada do Estado, implantar um modelo socialista, como alternativa ao capitalismo?
Outra questão: não será o Capitalismo, além de um modelo econômico, também um modo de vida, hoje hegemônico? é possível suprimir, via poder estatal, o Sujeito Capitalista? Sujeito proprietário e apropriador, individualista, competidor, consumista, predador e produtivista? Esse é o sujeito que sustenta e propaga o capitalismo! Ou seja: todos nós.
Pensávamos que iríamos debater o uso "socialista" das terras, do comum da humanidade (solo, ar, águas, códigos genéticos, linguagens, conhecimentos, comunicação, etc.), além dos sagrados direitos de comer, vestir, morar, produzir cultura, entre outros temas tão urgentes como a violência, a xenofobia, a homofobia, as diversas formas de intolerância, etc. Tudo isso e muito mais, precisamos reiventar, para construir novos modos de vida, não capitalista.
Continuar falando em Socialismo, a partir da tomada de poder do Estado, nas antigas categorias sociais, tal como a classe assalariada (lógica adotada no debate) nos instiga a perguntar: queremos, ainda, patrão, exploração, subordinação, dependência, hierarquia, burocracia...? Outros mundos são possíveis, mas só quem pode construí-los somos todos nós, todos os dias, o Poder Constituindo da Multidão.

"UM PROJETO SOCIALISTA PARA O BRASIL"

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

"Romaria do Silêncio e Orações"

Li no Diário de Santa Maria, de hoje, que na tradicional Romaria da Medianeira, os organizadores vão apresentar inovações: na procissão da Catedral ao Altar Monumento "...o trajeto será de silêncio e oração". Não haverá cantos, como no ano passado. O texto não explica porque. Cantar não é orar? A celebração e as homenagens a Maria, nossa mãe, não merecem cantos? Não entendi e creio que a Romaria ficará mais triste.
A prefeitura promete um show na chegada da Santa (papel picado e fogos). Muuuuuito criativo e muito religioso! Será para agradar os turistas? Afinal, "é a romaria que projeta Santa Maria para o Brasil", segundo João Trevisan. Tá mal Santa Maria, pensei que talvez fosse por ela ser um Centro Universitário. Mas o turismo religioso é um dos objetivos da Romaria, segundo os organizadores. O Mercado, a gente sabe, capturou a fé e não é de agora. Bem, pelo menos a Prefeitura promete fortalecer a equipe de limpeza e isso a natureza e nós todos agradecemos. Boa Romaria para quem gosta de romarias e para quem tem fé.