terça-feira, 3 de novembro de 2009

UM PROJETO SOCIALISTA PARA O BRASIL

Dia 21 de outubro passado, esteve em Santa maria, a convite do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, que foi do PT, desde sua fundação e que hoje é pré-candidato à Presidência da República, pelo PSOL.
O Irineu e eu fomos convidados para ouvir o Plínio e debater sobre UM PROJETO SOCIALISTA PARA O BRASIL. Isso nos interessou, mas tanto o Plínio, como os outros "socialistas" que se manifestaram, dedicaram a maior parte do tempo de fala para falar mal e desconstituir o Governo Lula, elegendo-o o principal adversário, na luta pelo socialismo.
Elencaram, obviamente, todas as mazelas, para a humanidade e para o Planeta, decorrentes do Capitalismo. Todas pertinentes.
Sobre o socialismo, toda a discussão foi baseada nas antigas dicotomias homogeneizadoras, que deixam de contemplar a diversidade de situações e de possibilidades, que poderiam ser construídas, para se contrapor ao Capitalismo. Segundo eles, só o socialismo pode ser alternativa ao capitalismo, seja lá o que isso possa significar. Ouvimos afirmações do tipo:"o socialismo só é viável se o capitalismo estiver plenamente desenvolvido e o Brasil atingiu essa condição". Que entendimento podemos ter dessa afirmação? Ela parece admitir que o capitalismo é uma necessidade! A pergunta inevitável é: será possível, pela via da tomada do Estado, implantar um modelo socialista, como alternativa ao capitalismo?
Outra questão: não será o Capitalismo, além de um modelo econômico, também um modo de vida, hoje hegemônico? é possível suprimir, via poder estatal, o Sujeito Capitalista? Sujeito proprietário e apropriador, individualista, competidor, consumista, predador e produtivista? Esse é o sujeito que sustenta e propaga o capitalismo! Ou seja: todos nós.
Pensávamos que iríamos debater o uso "socialista" das terras, do comum da humanidade (solo, ar, águas, códigos genéticos, linguagens, conhecimentos, comunicação, etc.), além dos sagrados direitos de comer, vestir, morar, produzir cultura, entre outros temas tão urgentes como a violência, a xenofobia, a homofobia, as diversas formas de intolerância, etc. Tudo isso e muito mais, precisamos reiventar, para construir novos modos de vida, não capitalista.
Continuar falando em Socialismo, a partir da tomada de poder do Estado, nas antigas categorias sociais, tal como a classe assalariada (lógica adotada no debate) nos instiga a perguntar: queremos, ainda, patrão, exploração, subordinação, dependência, hierarquia, burocracia...? Outros mundos são possíveis, mas só quem pode construí-los somos todos nós, todos os dias, o Poder Constituindo da Multidão.

3 comentários:

  1. Quis dizer Poder Constituinte da Multidão. Todas as verdadeiras transformações ocorridas no mundo foi pelo Poder Constituinte, protagonista, desde baixo. Derrotar o Capitalismo só pelo Poder Constituinte e ele não é Poder Eleitoral.

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  2. Ou seja, o grande Projeto Socialista é substitur a turba atual pela aspirante ao poder. Socialismo de socializar entre os correligionários as frutas do paraíso estatal. Claro, tudo sob o discurso e intenções (reais ou não, pouco importa) de justiça social. É dose!

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  3. É dose mesmo, ficamos muito frustrados porque percebemos que o Plínio parece ter parado no tempo. Ele que, incontestavelmente, dedicou a vida pela construção de um mundo melhor. Mas parece ter parado no tempo. Parece não ter percebido as transformações ocorridas e em curso.Repetiu um discurso de 30 anos, quando começávamos a fundar o PT. Não tivemos oportunidade de debater porque ficou apenas 30 minutos para o debate e algumas figurinhas TINHAM que discursar para marcar posição. E, veja, a Câmara de Santa Maria fecha as 21:30, depois é necessário sair porque o alarme é ligado. A casa do povo não é local para o povo se reunir. Tudo isso inviabilizou o debate. E o homem veio de tão longe!

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