quinta-feira, 12 de novembro de 2009

20 anos da derrubada do Muro de berlin

Esta semana a grande imprensa divulgou a comemoração dos 20 anos da derrubada do Muro de Berlin, que separava a Alemanha Ocidental (capitalista) da Oriental (socialista). Falaram no significado desse acontecimento, símbolo de libertação, de democratização do mundo, do avanço da humanidade, etc. etc. Ouvi alguns depoimentos de antigos moradores de Berlin Oriental e da decepção com as atuais condições de vida (desemprego, insegurança, etc.) e do muro invisível que ainda separa os moradores das duas Alemanhas.
Fiquei pensando por que os meios de comunicação do atual e hegemônico modo de vida, comandado pela total liberdade de Mercado, não falam dos muros do Capitalismo? Só para citar dois: O muro vergonhoso da Cisjordânia, imposto por Israel (com apoio dos Estados Unidos e seus comparsas) aos Palestinos, estes submetidos a humilhante precariedade de vida. Tanta é a opressão que até a água é racionada, por imposição de Israel.
E o muro que separa fronteiras do México com os Estados Unidos? O capital financeiro, as transnacionais, podem transitar livremente por todos os países, sem muros, sem respeitar fronteiras. Por que a livre circulação de pessoas não é permitida? O Capital não tem Pátria, não tem fronteiras, mas às pessoas, erguem-se muros.
Mas aí pensei também em outros muros, e cercas: as cercas do latifúndio, que separam os sem-terra e minifundiários das grandes extensões de terras, tomadas por estrangeiros, grileiros, banqueiros...e que tem provocado tanta pobreza e violência! E os muros impostos pela discriminação, pela intolerância, pela desigualdade econômica, social e cultural? Lembrei-me até de um muro construido num bairro de classe média de Santa Maria, para se separarem e se "protegerem" dos pobres das ocupações! E tem ainda os muros subjetivos, daqueles que não toleram o diálogo, as singularidades, as diferenças, a pluralidade.

Um comentário:

  1. Certamente a comemoração da queda do muro de Berlin é tentar esconder os muros do capitalismo erguidos após o de Berlin e os murtos também derrubados do proprio capitalismo bem antes pelo movimento libertario de 68 , pondo abaixo o modo de vida regrado , disciplinado ordenado a partir da fábrica e do assalariamento e das instituições socias, políticas e religiosas que regravam e limitavam toda a vida na sociedade ocidental.A partir de 68 ow movimentos das multidões: feminista, gueis, estudantes, índios, negros, assalariados, biscateiros, favelas, imigrantes ecológicos, assumiram o protag0nismo e es~tao sempre a frente e derrubaram tam bém o muro de Berlin`e o capitalismo não tendi mais inimigos externo precisa se haver e enfrentar e reconhecer que seu oponente é a multidão que ele tenta controlar mas não consegue pois seu temor aumenta e precisa cada vez se armar mais,, pois o inimigo não está mais atrás do muro de Berlin mas em toda a parte e em cada um de nós.

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