quarta-feira, 27 de outubro de 2010

DIVERSOS

I - Hoje é aniversário do Lula. Data importante, comovente. Fico lembrando na mãe dele, lá em Garanhuns: mal sabia que aquele filho que nascia na pobreza e no abandono de todos os governos que o Brasil teve, seria o Presidente da República e faria um governo que, pela primeira vez, lembrava dos milhões de brasileiros, historicamente esquecidos. Lula é muitos. Parabéns Lula! Orgulho-me de ter participado de tua trajetória, da tua eleição.

II - O Jornal Brasil de Fato trás matéria, com todas as informações comprobatórias da presença do FHC e empresários internacionais em Foz do Iguaçú. Tema: eleição do Serra e Programa de Governo de caráter PRIVATIZADOR, sim. Inclusive referindo-se ao apoio de setores da igreja católica e das estratégias de campanha para garantir eleição de Serra. Mas não vão levar, se Deus quiser!

III - Então Serra é do bem? Para os moralistas anti-Lula de plantão, que não se dão conta do que está em jogo nesta eleição: É o candidato com mais processos (17). Entre eles lembram dos sanguessugas das ambulâncias? E agora ficou claro as questões do dossiê da quebra de sigilo dos tucanos (coisa do Serra e do seu PSDB) , do metrô de São Paulo (operação castelo de areia), das fraudes nas licitações...
E o aborto? Parou de falar? Será que é porque não quer que se lembre mais, que sua esposa fez, com seu consentimento? Não que se queira julgá-los, mas por que hipocritamente levantaram essa questão e a usaram eleitoralmente, se tinham o rabo preso? Por tudo isso eu acho que duas coisas são fundamentais:

Reafirmar os programas de governo, com ênfase no social e apurar rigorosamente todos os casos de corrupção e improbidade administrativa.

IV - Serra vai perder, porque quis se disfarçar de esquerda. Quais são as forças que apóiam Serra? é bom lembrar. É o que há de mais perigoso que existe na história deste país. Vou me referir ao Jornal Brasil de Fato que pesquisou o assunto, São eles: Os empresários (empreiteiras) corruptos de São Paulo, A TFP, o CCC (Comando de Caças aos Comunistas), a Opus Dei ( a direita da Igreja, na qual está o bispo de Guarulhos), o DEM que protagonizou a ditadura militar, os grandes escândalos de corrupção recentes, ainda os grandes latifundiários e grupos estrangeiros de olho no Pré-Sal. Juntam-se a estes os racistas, escravagistas e fascistas desse país.

V - Dilma foi aperfeiçoando seu programa na medida em que foi ouvindo os artistas, o pessoal ligado à cultura, os jovens, os ativistas sociais, os agricultores...e foi se imbuindo do calor popular. Agora ninguém segura essa Mulher. Dilma é a multidão e hoje é possível cantar:

"Dilma Lá, brilha uma estrela, Dilma Lá"...

sábado, 23 de outubro de 2010

PEDRO

Ontem nosso filho Pedro completou 30 anos. Preparamos com carinho uma janta especial, muito íntima, praticamente só com o pequeno núcleo familiar,mais o mano de coração (primo) Luciano, tia Mirian e Laura, a amada. Estávamos muito alegres. Os quatro já maduros, um tirando com a cara do outro e nós dois, corujas observando, satisfeitos de ver em cada um, um pouco de nossa própria história, mas principalmente, o quanto cada um fez e faz a sua trajetória, com autonomia e singularidade.
Como aprendemos com eles! Hoje eles têm muito a nos ensinar.

O Pedro continua estudante, terminando a residência, fazendo cirurgias, relatando para nós os desafios. Às vezes conversamos e fazemos as reflexões sobre as nossas relações com o ser humano, ele como médico, nós como educadores. Constatamos que, em ambos os casos, qualquer processo de homogeneidade revela-se ineficiente. A singularidade do ser humano requer observação, interesse, respeito, empatia.

Nos satisfaz muito constatar que o Pedro vem demonstrando, e eu diria até cultivando, a sensibilidade e a empatia com o ser humano. Ouvir, tocar, prestar atenção e até intuir, para poder acertar no diagnóstico e no tratamento. Cuidar, aliviar a dor e curar, se possível! Esse é o cotidiano do Pedro.

Esse filho, desde muito pequeno, gostava de arriscar palpites, ousava opinar e muitas vezes acertava. Demonstrou, desde cedo, um grau de conhecimento sobre as pessoas, que nos deixava muito admirados. Creio que o Pedro um dia vai ser, também, um bom educador.
Filho querido, essa sensibilidade humana faz toda a diferença, para tornar a vida e o mundo mais humanizado. Parabéns e que sejas muito feliz!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

CECILIA

Para matar a saudade de minha sobrinha Cecília, uma fofa risonha de seis meses, só com a poesia do Chico B. mesmo:

Me escutes, Cecília?
Mas eu te chamava em silêncio
Na tua presença
Palavras são brutas
Pode ser que, entreabertos
Meus lábios de leve
Tremessem por ti
Mas nem as sutis melodias
Merecem, Cecília, teu nome
Espalhar por aí.
Como tantos poetas
Tantos cantores
Tantas Cecílias
Com mil refletores
Eu, que não digo
Mas ardo de desejo
Te olho
Te guardo
Te sigo
Te vejo dormir

Sei que não é para criança, mas é poesia, bela, para nos suavisar, nos encantar. A Cecília é pura poesia.

SOFRIMENTO

Fico me perguntando: por que sofro tanto no atual processo eleitoral?
Sob o aspecto da vida particular das pessoas, parece que nada vai se alterar. Não se perde e não se ganha nada. Para mim, não há preocupações com vantagens ou desvantagens pessoais.

No entanto, sei que esse processo faz parte de minha história, da história de minha geração. Não tem como não sentir responsabilidade e apreensão com o que possa acontecer, em decorrência da escolha equivocada para Presidente.
Minha geração viveu uma dramática história, que, em alguns aspectos, reaparece no presente processo eleitoral.

As novas gerações: jovens e adolescentes não viveram, (porque eram crianças ou nem haviam nascido) os enfrentamentos ( e as utopias) que minha geração viveu.
Sou da geração que viu e viveu a extrema pobreza, a dependência, o colonialismo, o preconceito, o machismo, a ditadura militar, a repressão, o medo. Inspirados na utopia socialista ou na teologia da Libertação, nossa geração foi à luta: nas ruas, no enfrentamento à repressão, nas mobilizações gigantescas; viu a construção das Estatais, que criaram a infraestrutura para o país crescer e viu e sentiu o custo pago por toda a sociedade, a imensa dívida externa, a dependência ao FMI.

Veio o Neoliberalismo e vimos e protestamos contra a venda, a preços vis, do Patrimonio Nacional ( a Vale do Rio Doce, a Telefonia, as grandes ciderúrgicas, as distribuidoras de energia) etc.
Diga-se, de passagem, que os investimentos básicos de telefonia foi o Estado que fez e até hoje é o Estado que faz e onde ele não fez ou não faz, não tem telefone.

O neoliberalismo transferiu muita riqueza do povo ao Grande capital, a pobreza cresceu, o desemprego chegou a patamares dramáticos, a desigualdade aumentou. O neoliberalismo expropriou, axauriu, saqueou, traficou, corrompeu, favelizou, desmatou... A crise está aí, no mundo (vejam a crise nos E. Unidos e na Europa, com grandes convulsões sociais).
A América Latina tenta se levantar, e está conseguindo, soberanamente.

O governo Lula não foi o franciscano governo dos nossos sonhos socialistas. Foi o governo possível, de opção pelo social, nas brechas do capitalismo. Compondo com a diversidade da política e com seus grandes e pequenos vícios e desvios, infelizmente. Mas avançamos, reduzimos a fome, democratizamos a cultura, as instituições, o acesso à educação. Estamos crescento a 7%, o que para nossos dias é fantástico. Ainda é pouco, precisamos avançar, superar problemas, melhorar o controle sobre o Estado.

Não podemos recuar. E conhecemos quem foram as forças protagonistas de cada lado. É isso que está em jogo. Uma opção pelo lado errado, significa dependência, repressão à luta social, sofrimento e fome.
Não mudei de lado, como o Helio Bicudo e muitos outros mais chegados a minha vida. Ele, Bicudo, que defendia os presos pela ditadura, os torturados e perseguidos, agora apóia o candidato que trata os movimentos sociais a cassetete.

Não basta não privatrizar, pois os recursos, mesmo das estatais, precisam ser canalizados para o social. Governos pressionados pela luta social (como Lula e Dilma), pela primeira vez na história, começam a destinar, democraticamente, para o social ( não só aos ricos, aos grandes empresários), parcela significativa da riqueza nacional. Isso incomoda a elite, representada pelo Serra.
Há quem reclame que o pobre não é mais submisso, ficou cheio de argumentos, que os pobres agora têm carro e tumultuam o trânsito, que agora se vê negros e favelados na Universidade... Muitos se incomodam com isso, eu vibro com isso!

Faço críticas ao Lula porque quero mais, quero que distribua mais renda, tribute mais as fortunas e os altos salários. Quero mais em relação à democratização da riqueza, da cultura. Quero mais em relação à educação, à saúde, às questões ambientais. Mas creio que é com Dilma que vamos encontrar mais sensibilidade social e mais permeabilidade à pressão social. Se me enganar, deixo aqui o registro e vou me submeter às crítica e às cobranças e vou cobrar também.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ATRASO E ÓDIO SÃO AS ARMAS DE CAMPANHA DAS ELITES


ALVORADA TRISTE

Sete horas da manhã, liguei a televisão para ver se tudo corria bem com o resgate dos mineiros do Chile. Dei de cara com um pastor engravatado, vociferando sobre os "perigos de eleger alguém do mal, que vai trazer a morte e a convulsão social" e deixava claro que isso se referia à candidatura da Dilma (sem mencionar o nome da candidata). Um discurso ameaçador e fundamentalista. Dei-me conta do grau de atraso e retrocesso que isso significa.

O PODER E AS ELITES BRASILEIRAS

Após séculos de comando sobre o Brasil: sua gente e suas riquezas, as elites brasileiras (associadas às elites internacionais), estão tendo que enfrentar, democraticamente, o processo eleitoral. Não admitem serem governadas por "gente sem estirpe" e não admitem repartir nem as migalhas das riquezas brasileiras. Golpistas, racistas e escravagistas, fazem de tudo para excluir os candidatos que estão historicamente ligados às multidões da base da pirâmide social, que têm os rostos e os corpos marcados pela negritude, pelos traços indígenas, mestiços, caboclos, operários, desgastados e surrados pelo trabalho duro, pelo desemprego (sem terra, sem teto, sem saúde, sem escola...).

As tentativas sempre tiveram caráter racista, preconceituoso, e agora apelam para um perigoso moralismo religioso/fundamentalista. Inauguram um tipo de pregação que é de um atraso medieval, incitando o ódio e este recai, principalmente, sobre as mulheres pobres e a candidata que as representa: DILMA, que manifesta opção pelos pobres.
Da direita a gente não se admira, já fizeram toda sorte de táticas sórdidas. O triste é que algumas lideranças e intelectuais de esquerda, não se apercebam do que está acontecendo e ficam defendendo o voto em branco.

O TEMA DO ABORTO

Neste momento é o aborto a bandeira da elite (que pratica o aborto em clínicas de luxo)
Não creio que alguma mulher queira realizar aborto. É uma agressão ao corpo e à vida e não me acho no direito de julgar ninguém, sobre as circunstâncias que levam uma pessoa a buscar tal alternativa. (nem Jesus julgou).
Durante décadas participei das lutas das mulheres, me deparei e testemunhei situações de desamparo, de violência machista contra mulheres (de todas as idades e condições sociais), que levaram muitas ao desespero.

Criminalizar o aborto significa condenar à morte o feto e a mãe. É isso mesmo. Por que? Porque a criminalização impede que a mulher possa ser atendida do ponto de vista psicológico, médico, jurídico e social.
Ela sabe que não vai encontrar amparo e então submete seu corpo às agressões e aos riscos que a livram da gravidez indesejada, a gravidez da vergonha, do silêncio, do mêdo, do impasse para a sua vida. Ela sabe que em lugar do amparo ela vai enfrentar a polícia, o processo.

As Igrejas, do ponto de vista da fé, não deveriam exigir do Estado, a punição mas a contribuição deste, para amparar a mulher. Que ela pudesse encontrar na sociedade, nas Igrejas e no Estado ( que não é Deus e não é o Papa):
1º) Amparo psicológico, jurídico, atendimento médico, acompanhamento social, acolhimento.
2º) Na gravidez e depois dela, ajuda econômica (renda e creche) para criar seu filho.
Aí, talvez, ela não precisasse recorrer ao aborto.
Considerar pecado é do âmbito da fé e não do Estado. A criminalização não tem evitado a prática do aborto e só tem levado à morte milhares de mulheres e deixado milhares de crianças sem mãe. A descriminalização pode evitar milhares de abortos e salvar a vida de milhares de mulheres.

O QUE ESTÁ POR TRÁS DESSA CAMPANHA?

Sem dúvida, é a culpabilização da mulher, a sua condenação à morte, ao abandono, a repressão, castigo pela sua sexualidade, a condenação ao afeto e ao prazer.
E nessa discussão, que lugar tem a figura do "macho"? Falo inclusive dos machos das Igrejas.
E então Deus, Jesus, aparecem também com a face de justiceiros, de intolerantes e do medo.
Não é o que eu entendi do Evangelho de Jesus.

Tem também o preconceito sobre o imaginário feminino: ser mulher é ser submissa, recatada, mansa, sujeita ao sacrifício até à morte...Dilma não é isso, eu não sou isso, as mulheres não são isso. Como Dilma, como eu e como milhares, somos mães, ou não, somos amorosas, afetivas, sensíveis...mas somos fortes, briguentas quando necessário, administradoras, executivas, ambientalistas, ativistas sociais, agentes de saúde, educadoras, juristas...plenamente gente.
Eleger Dilma é afirmar a Libertação, a democracia verdadeira, é derrotar o moralismo arcaico, a opressão da falsa fé.
Cristo veio para que tenhamos Vida em Abundância, e neste momento, no processo eleitoral, Dilma se aproxima mais dessa máxima do Evangelho.

domingo, 10 de outubro de 2010

Que o ESPÍRITO DA SABEDORIA nos ilumine!


Atenção pessoal, não descuidem. Nesta eleição não estamos torcendo por dois times, nem assistindo a uma disputa de um concurso de beleza. Esses dias ouvi no ônibus o seguinte: "qualquer um dos dois são muito feios:O Serra tem um sorriso horrível, a Dilma é dentuça e gorda".Vejam o grau de despolitização!

E tem gente intelectualizada e se apresentando como muito progressista falando que"o Serra é mais experiente, governaria melhor". NÃO SE TRATA DE EXPERIÊNCIA. O importante é entender DE QUE LADO CADA CANDIDATO ESTÁ. O QUE E QUEM CADA UM VAI PRIORIZAR NO GOVERNO.

É preciso pensar: Como serão gerenciados os recursos do Pré-Sal? Será que deve ser privatizado? É bom que o Brasil volte a ser submisso ao G-8 e aos Estados Unidos, como no governo FHC? E os Movimentos Sociais Populares como serão tratados? E como será o tratamento e as relações com nossos visinhos das Américas? Certamente com Serra voltariam as privatizações (como aliás ele fez com o gerenciamento da saúde em São Paulo e com as rodovias também).
Certamente os governos progressistas da América do Sul seriam asfixiados por um governo neoliberal, alinhado com a política expansionista e belicista dos Estados Unidos.
Voltariam as ameaças da Alca e das bases militares americanas em nosso continente? Com o Serra é quase certo que sim.

Tem muito interesse em jogo. A nossa história sabe que o grande capital se mobiliza, em época de eleições. Alguém já esqueceu as intervenções da CIA em processos eleitorais da América Latina? Alguém já esqueceu Honduras?

Precisamos deixar as paixões e ressentimentos e ver que agora tem que ser Dilma. Sei que muitos queriam mais radicalidade, esperava mais do Lula, mas agora não dá para deixar a truculenta elite racista e escravagista (que durante 500 anos ficou com o poder) ganhar a Presidência.
Depois, uma vez a Dilma se elegendo, temos que ir pra luta, pressionar para que mais transformações sociais aconteçam. A meu ver essa é a compreensão que temos que ter agora. Que o Espírito da Sabedoria nos ilumine!

sábado, 9 de outubro de 2010

PROGRAMA ELEITORAL DO CANDIDATO SERRA


Para quem tem memória curta, é muito jovem ou desligado sobre os acontecimentos políticos e econômicos, as afirmações do candidato Serra podem parecer sinceras, verdadeiras e de "uma opção preferencial pelos pobres", quase evangélica. É, de fato, comovente, se não fossem falsas, com todo respeito a quem acredita nele.

Eu sempre acompanhei esses temas, não apenas porque sou professora de economia, mas também como militante social. Sofri a ditadura militar, senti o medo da repressão, fui barrada em concurso pelos efeitos de meu engajamento durante a ditadura, etc. e não posso ficar calada diante do rebaixamento e falsidade que venho assistido.

Fora o moralismo fundamentalista e calunioso que a candidatura Serra e seus adeptos fazem na Internet e nos programas, ajudados pela grande imprensa (que sempre esteve de mãos dadas com a repressão e a ditadura e naquela época não falava em liberdade de imprensa).

No programa de hoje Serra falou:
1- Defendo uma economia forte, mais democracia e respeito, "não mudo de opinião em véspera de eleição". Será?
Serra foi ministro do FHC durante 8 anos, como ministro da Fazenda. E, como explica Ciro Gomes: durante 500 anos, a dívida brasileira era de 38% do PIB, e serviu para construir a Petrobrás, a Eletrobras, as Universidades brasileiras, etc.. Em 8 anos de FHC-Serra a dívida pulou para 78% do PIB.

A carga tributária era de 27% do PIB quando FHC assumiu e ao entregar ao Lula o governo, essa carga foi entregue com 35% do PIB. Nesses 8 anos, o FHC/Serra sucatearam as universidades, afugentaram um terço dos nossos doutores, que foram embora, privatizaram e entregaram, a preços de bananas, as maiores estatais do Brasil (setor energético, a Vale do Rio Doce, etc.) torraram tudo por 100 bilhões de dólares e apesar disso a dívida só cresceu, a economia decresceu, a infraestrutura brasileira precarizou-se, com falta de energia, de investimentos, de empregos e de Redução do Estado, no que se refere aos cuidados com os benefícios sociais e distribuição de renda. O crescimento médio do Brasil, nos 8 anos de FHC foi de 2,31%. Hoje, com Lula/Dilma está em 7%.

Isso foi o Brasil de Serra no Ministério do Planejamento e depois vem falar numa economia forte?
Economia forte o Brasil mostrou no Governo Lula/Dilma: na maior crise capitalista da história do mundo, o Brasil não quebrou e hoje tem a moeda mais forte do planeta, um crescimento de 7% e com Dilma coordenando o PAC e a Casa Civil.
Serra tem amor pelo Brasil? É do bem? Do bem-bom para a editora Abril, edit. Globo e Folha de São Paulo, que foram favorecidos em milhões no governo paulista de Serra (veja os dados neste blog).

Mais democracia e respeito? Não é isso que os professores de São Paulo encontraram no seu governo. Na justa greve, contra o sucateamento e precarização, que estavam sendo vítimas, Serra os reprimiu brutalmente. Repressão,ausência de diálogo, aversão ao contraditório, prisões, processos, violência, sucateamento de escolas (a exemplo de sua colega IEDA aqui no RS).

Não muda de opinião em época de eleição?
Agora ele fala em Brasil de economia forte? O que foi que ele fez em São Paulo? Privatizou as hidroelétricas, as rodovias, criou pedágios por tudo. Praticou o arrocho salarial e seu partido cansou de afirmar que aumentar o salário mínimo acima da inflação, quebraria a Previdência. Agora promete aumentos e até 13º salário ao Bolsa Familia. O discurso não tem nada a ver, mesmo, com as práticas do PSDB, do qual faz parte e de seus apoiadores do DEM e de parte do Partido Verde.
Mas eu desafio que os seus apoiadores e os que estão encantados com seu discurso, pesquisem. Mas é claro que não vale pesquisar na SUA imprensa, na VEJA por exemplo, porque esta é a revista do Não Veja a verdade.
Outro dia eu falo de todas as minhas frustrações sobre o Governo Lula. É claro que eu queria mais, mas não dá para bobiar agora. Serra seria a volta do atraso do mais brutal processo NEOLIBERAL.

Universidade, campus de Silveira Martins


Faço parte da diretoria de uma associação regional que pensa o desenvolvimento sustentável da região central e entre seus objetivos mais imediatos está a defesa e consolidação do campus da UFSM em Silveira Martins. Esse campus surgiu a partir do REUNI, que tem entre suas características não apenas a expansão de vagas das universidades públicas brasileiras, mas também para alavancar o desenvolvimento econômico e social de regiões empobrecidas, a partir de potenciais existentes nas comunidades.

O Campus de Silveira elaborou uma proposta de cursos e de modelo pedagógico, que pretende integrar ensino, pesquisa e extensão, implementados a partir da Pedagogia de Projetos, com Seminários Integradores, para cursos de formação de Tecnólogos, visando valorizar e melhorar, (agregando valores e conhecimentos tecnológicos), as atividades de agronegócios já existentes nos municípios da região central e do potencial turístico existente nos municípios de abrangência da Unidade.

Para isso, foi destinado pelo governo Federal 2 milhões e meio de reais, para construção do prédio do campus, que teve área destinada pelo município. Os recursos foram liberados, o projeto pronto, anunciado. Os alunos estudariam meio ano no antigo Colégio Bom Conselho e depois se mudariam, já em 2010, para o prédio novo, que teria laboratórios, biblioteca, etc. O edital de licitação estava em andamento. Assumiu o reitor Felipe e o edital foi suspenso. Os recursos foram para outras prioridades e a Unidade teve de se acomodar no colegio Bom Conselho, que foi doado à Universidade pela Prefeitura de Silveira Martins.

A Associação, mencionada acima, convidou o Diretor da Unidade e o Coordenador Pedagógico para explicar porque a Unidade não faria vestibular em janeiro de 2011. A explicação foi de que a suspensão foi determinada pelo Reitor da UFSM devido a falta de acomodações para mais turmas no prédio. É preciso, antes, reformar e ampliar o Bom Conselho para incluir novas turmas. Claro, com limites, uma vez que os recursos são mais limitados e a área também.

Perguntamos se havia planos de buscar mais recursos e utilizar o Terreno que a Universidade recebeu do município para futuras ampliações. A resposta é de que não há proposta da Reitoria nesse sentido e que, efetivamente, foi colocado um limite às instalações da Unidade.
Conclusão: O Campus tinha uma boa proposta, tinha recursos para implantação de um Campus de qualidade e agora ve-se limitado. Quem são os responsáveis? Reitoria, principalmente. Depois que não digam que o Reúne é uma proposta de cursos de má qualidade. O Governo Federal precisa contar com a competência dos Reitores, dos Prefeitos e da comunidade universitária.

Outro problema é a concepção de formação dos professores, que só querem realizar "ensino" nos moldes tradicionais. Pesquisa e Extensão, não faz parte de suas práticas. É difícil, para a maioria docente, corporativista, dedicar-se de forma integral às funções para as quais foram concursados e se comprometeram ao fazerem concurso.

Mas a associação vai continuar acompanhando, reivindicando, ajudando também. Isso foi reafirmado ao Diretor e vai convidar o Reitor para conversar.
Outros problemas foram apontados: falta de local para os alunos se hospedarem, restaurante universitário e transporte inter-municipal entre os municípios da quarta colônia. Outra dificuldade mencionada foi a precariedade da estrada que chega a Silveira Martins, que estava sendo melhorada e teve as obras interrompidas (pelo governo Ieda) exatamente quando entra no município de Silveira, no pé e na subida da Serra. Está realmente em estado precário e oferece perigo para quem se desloca diariamente.
Esse campus vai exigir muita organização e luta por parte da comunidade. Nossa associação tem essa tarefa prioritária.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ainda sobre as eleições

Hoje estou vivendo sentimentos contraditórios. Não sei se vou conseguir expressar algo bem elaborado, em termos de análise, mas a gente não pode fugir da raia na hora das dificuldades.

Fiquei feliz com a vitória do Tarso, claro que no meu entendimento, não é a mesma coisa se fosse o Olívio, que tem a ver muito mais com as minhas concepções de política. Mas o Tarso realizou uma grande experiência no governo Lula e isso vai ser bom para o Rio Grande. Espero que se assessore bem.
O campo progressista elegeu uma grande bancada, apesar de terem ficaco fora, ou na suplência, pessoas de grande valor e terem se elegido criaturas que tem opções ideológicas com as quais não comungo, por serem pessoas que vão defender interesses de quem já tem demais. Mas, faz parte da democracia representativa.

Estou preocupada com a eleição a Presidente da República.
Tento refletir sobre as razões pelas quais parte do eleitorado migraram para a candidatura da Marina.
Claro que um percentual (em torno de 8%) que sempre esteve com ela desde o início, votou coerente com seu partido: os verdes e alguns com a sincera vontade de mudanças nas ações do governo, no que se refere à questão ambiental.

Preocupa-me os votos de fundo "moralista", fruto da boataria rebaixada, veiculada por setores das igrejas cristãs, de que a Dilma seria associada a idéias contra a vida e as liberdades religiosas: aborto, repressão às livres manifestações religiosas, associação da imagem dela com o terrorismo, comunismo, etc. Saiu muita boataria na internet e em panfletos anônimos jogados na rua.
Um absurdo!
Isso me lembra a ação da TFP (tradição, Familia e Propriedade), que se juntaram a setores conservadores da Igreja Católica, e em passeatas, denunciavam o perigo do comunismo, o que ajudou a estimular o Golpe Militar de 64.

Creio que Lula, a coordenação da campanha da Dilma e o PT cometeram alguns erros:

1- Subestimaram a força que a imprensa ainda tem. Foi ela que empurrou a Onda Verde, que fez a Marina crescer. A mesma imprensa que batia na Marina, quando ministra, por dificultar os licenciamentos ambientais para construção de grandes hidroelétricas. E foi assim que ela aprovou Belo Monte.
2- Erraram na tática do silêncio diante das absurdas acusações. Demoraram demais para dialogar com as Igrejas e esclarecer cada ponto, com honestidade, energia e clareza. E nisso ir pro confronto mesmo.
3- Aproveitaram mal os últimos programas de rádio e televisão, que foram mornos. Deveriam ter pontuado as diferenças em relação ao Serra, respondido devidamente à Marina a questão de um projeto estratégico para o Brasil e deixar claro as propostas do programa sobre as questões trabalhistas, previenciárias, fiscais, tributárias, e principalmente as questões ambientais. Dilma fez isso em relação aos programas sociais, à Segurança, aos projetos habitacionais, mas muitos pontos ficaram obscuros.
4- Sobre a política externa, as relações com a América latina, é preciso deixar claro as diferenças entre Dilma e o PSDB. Sobre a questão da corrupção, da mesma forma. Não é verdade que a corrupção foi inaugurada com o Mensalão, nem este foi inaugurado pelo PT.

O governo Lula não foi o de seguir com o neoliberalismo (privatista, de redução do tamanho do Estado e isso significa redução de gastos sociais) de submissão ao G8 e seus organismos, de Bases militares americanas nas Américas e inclusive no brasil, de implantação da ALCA, etc. Esse é o projeto que Serra iria dar seguimento, pois é o projeto do PSDB.

Na gestão do Estado, é óbvio que qualquer governo vai precisar fazer alianças, caso contrário não governa, e alianças é fazer concessões. Mas é preciso ir avançando e não retroceder. Com Serra, acredito, é retrocesso. Espero que a turma da Marina entenda isso.

sábado, 2 de outubro de 2010

NOSSO LAR


Hoje fomos ver o filme Nosso Lar, inspirado num romance de Chico Chavier (psicografado). Campeão de bilheteria. Fui ver de curiosa, porque não sou espírita e não acredito em reencarnação.
Filme bem feito, cheio de efeitos especiais.
Como não entendo muito de cinema, quero comentar sobre seu conteúdo.

O filme é muito fiel ao que eu já havia ouvido sobre o espiritismo. A crença em Deus, em outra vida, no lívre arbítrio sobre se as almas querem continuar se aperfeiçoando, ou não, e a possibilidade de reencarnação.

Ao morrer as pessoas passam para uma espécie de "purgatório" - parece-me influência da Igreja Católica- do qual vão sair, se assim o desejarem e suplicarem. Socorridas, já em estado lastimável de sofrimento (feridas, sujas, desvairadas, inquietas, sabendo que morreram, inconformadas), vão (são levadas em macas) para o outro lado (Nosso Lar) e lá são generosamente tratadas, numa espécie de hospital. O curioso é que se materializam, na forma humana e com o corpo e rosto que tinham no momento de sua morte terrena.
Podem encontrar os familiares, já mortos, e só encontram a possibilidade de saberem dos seus familiares da terra, fazendo esforço para se aperfeiçoarem, abandonando o egoismo, as vaidades: fazendo por merecer, e se TRABALHAREM.

Pareceu-me fazerem uma apologia ao trabalho e uma imitação de estruturas institucionais terrenas, tem ministérios, ministros e hierarquias. Tem gente que prega sermão. Há uma certa doutrinação.
Chamou-me atenção a abordagem platônica, que valoriza a alma, que a vida terrena é só passagem em função da chance de evoluir, a vida terrena, por si só, na pura imanência, não teria tanto sentido. Lá, após a morte, é que está a verdadeira vida. Isso é fé, não tem nada de racional.
Claro, fé não é racional.

Do outro lado, as pessoas vestem-se com roupas sempre claras, falam baixo, são meio piegas. Eu me pergunto: por que a imagem da evolução humana tem que ser o branco, evitando o preto, o colorido (vermelho, por exemplo)?
Sempre que se fala do céu é meio sem cor. As música também são clássicas. Não pode ter samba, rock, pagode, forró? Será que não combinam com a paz, o crescimento espiritual? Chatice não é?
Muita fantasia, tem uma influência da cultura ocidental cristã, platônica.
Mas é claro que agrada a idéia de ter outra vida, da gente continuar em outra dimensão. No meu caso preciso ser convencida.

Creio no amor ao próximo, na fraternidade, na solidariedade, no Evangelho de Jesus, mas não porque tenha certeza e pretenda conquistar as benesses gloriosas da outra vida. Creio que vale a pena por amor à vida e ao cosmo. Mas é um belo filme e teve um momento que o filme me envolveu e até chorei, o que não é muito difícil para mim. Tenho muita lágrima e não economizo. Choro mesmo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

PRIORIDADE E HONESTIDADE DO SERRA COM DINHEIRO PÚBLICO


Durante toda a campanha, quem não ouviu o candidato Serra encher o peito, para falar da sua história de trabalho, competência e HONESTIDADE? Insinuou muitas vezes que a Dilma era a candidata do governo, acusado de ser muito corrupto e não saber gastar corretamente o dinheiro público. "Gasta muito e gasta mal". Repetiu isso muitas vezes.

Nenhum dos candidatos se atrevia, diretamente, fazer acusações frontais nos programas de televisão, para não cair na baixaria que o povo abomina. Bem, a Dilma não pode contar com a imprensa comercial, para fazer isso em relação ao Serra, já o Serra ficou numa posição confortável porque a referida imprensa fez "denúncias e acusações" tentando vincular os fatos ao governo e à candidata Dilma, para atingi-la eleitoralmente.

Pois bem, é claro que se ativarmos a memória, a gente vai lembrar, por exemplo, dos escândalos das ambulâncias. Lembram? De que época foi isso? Todo mundo sabe!
Mas será que algumas editoras não tinham "obrigação" de dar uma mãozinha ao Serra? Ao seu amigo e benfeitor governador de São Paulo, que foi tão generoso com algumas editoras!
Lendo o jornal Brasil de Fato, nº 395 de 23 a 29 de setembro de 2010, encontrei uma matéria do jornalista Altamiro Borges, que embasado no levantamento feito pelo blog NaMariaNews, que pesquisou os negócios do Serra no governo de São Paulo e tornou público um verdadeiro "Mensalão" tucano.
Fatos que foram denunciados ao Ministério Público daquele estado pelo Deputado Ivan Valente do PSOL.

Denunciaram as fortunas pagas pelo governo Serra ao Grupo Abril, Fundação Victor Civita, um barão da mídia, Jornal Folha de São Paulo, Jornal O Estado de São Paulo, Editora Globo.
Vamos à pesquisa feita nos Diários Oficiais do estado de São Paulo:

DO de 23/10/2007- F,Victor Civita - Rev. Nova Escola. 408.600,00;
DO de 29/3/2008 - Edit. Abril; Rev. Recreio - 2.142.000,00;
DO de 23/4/2008; Edit. Abril; Guia do Estudante; 2.437.9118,00;
DO de 12/8/2008; Edit. Abril ; Rev. Recreio; 1.840.335,00;
DO 22/10/2008; Edit. Abril; Guia do estudante; 4.363.425,00;
DO de 25/10/2008; Victor Civita; Rev. Nova Escola; 3.740.000,00;
DO 11/02/2008; Edit. Abril -Guia do estud. 2.498.838,00;
DO 17/04/2009; Edit. Abril; Rev. Recreio; 12.963.060,72;
DO 20/5/2009; Edit. Abril Rev. VEJA; 1.167.175,80;
DO 16/6/2009 - Guia do Estudante. Edit. Abrtil; 3.143.120,00;
Para o Grupo Civita Serra transferiu 34.704.472,52;

Atenção: Esses números acima são milhões de reais para editoras, só para o grupo Civita são trinta e quatro milhões de reais. (é a editora da revista VEJA). E olhem as assinaturas que o governador de São Paulo fez com os Jornalões "amigos" com dinheiro público.
Isso é gastar bem o dinheiro público?
É claro que não há nenhuma prioridade para as escolas e para a população em assinar revistas e jornais.
DO de 12/5/2009, Serra comprou 5.449 assinaturas da Folha de São Paulo;
DO 15/5/2009 Serra comprou 5.449 assinaturas do O Estado de São Paulo;
DO 21/5/2009 Serra comprou 5.449 assinaturasa revista Época da Globo;

Para justificar determinadas assinaturas, determinou que nas escolas de ensino médio as aulas fossem fundamentadas no encalhado Guia do estudante.

É por tudo isso que a gente não pode acreditar na neutralidade dessa imprensa.
Pessoalmente acho uma temeridade por parte de qualquer militante, de qualquer partido, afirmar que "no meu partido não tem corrupção". Já fiz isso e foi uma bobagem.
Honestidade é obrigação e SEMPRE haverá necessidade de averiguar, processar e punir quem cometer má versação dos recursos públicos, desvio de dinheiro, roubo, tráfico de influência, sonegação, em quelquer instância.

Isso não é programa de governo, é obrigação dos cidadãos e o Ministério Público, Polícia e Judiciário existem para isso. E com os peixes grandes também, doa em quem doer.
O fundamental neste momento é questionar a política social, a política externa, a relação com os movimentos sociais populares, a política fiscal, as políticas econômicas, habitacionais, trabalhistas, previdenciárias...O lugar e as prioridades que serão dadas aos pobres, aos índios, aos negros, às mulheres, à participação popular, à democracia e à liberdade.

DEBATE DOS CANDIDATOS


Acompanhei todo debate. Anotei tudo. A dinâmica adotada oportunisava que todos falassem nos 3 blocos (pois que o 4º bloco foi para despedida), mas os candidatos não tinham como falar de todos os temas abordados.

Resumindo: O candidato Serra respondeu sobre IMPOSTOS, DESASTRES AMBIENTAIS, SAÚDE.
A candidata Dilma respondeu sobre INFORMALIDADE, PARTIDOS, SEGURANÇA.
A candidata Marina respondeu sobre PREVIDÊNCIA, HIDROVIAS, FERROVIAS E HABITAÇÃO e o candidato Plínio respondeu sobre SANEAMENTO, METRÔ, FUNCIONALISMO PÚBLICO.

Claro que os outros candidatos também opinavam sobre o tema que perguntavam.
Vai aí uma síntese das principais respostas dos candidatos.

SERRA: Sobre os desastres ambientais falou que vai criar defesa civil nacional, remover população das áreas de risco. Sobre os impostos falou que vai retirar tributação sobre alimentos essenciais. Marina cobrou sua ineficiência no governo de São Paulo no que se refere às enchentes. Serra chega a irritar com as afirmações recorrentes sobre sua experiência e suposta honestidade, mas principalmente porque, segundo ele, criou quase tudo que existe na área social no Brasil e tudo ele diz que já fez, como governador ou ministro. "isso eu desenvolvi como governador", "isso fui eu que criei quando fui ministro". Bateu forte no governo Federal e na Dilma, sempre que pode.

Quanto à MARINA, é "cobra criada" como o Serra, experientes em eleições. Tem um discurso bem elaborado, políticamente correto. Fala de Planejamento Estratégico," olhando o Brasil de forma abrangente, sem fragmentar a realidade e sustentável do ponto de vista social, econômico e ambiental." Frase literal de Marina. Não explica o que isso significa e nem como pretende fazer isso. Reconhece que o programa Minha Casa e Minha Vida é bom, mas desconstitui sua implementação. Propos a flexibilização das leis trabalhistas para gerar mais emprego e afirma que é urgente a Reforma da Previdência e fala que vai criar um Regime de Capitalização, mas, como sempre, não diz como fará isso.
Também não poupou ataques ao governo Federal.

Quanto ao PLÍNIO, sai afirmando que os outros candidatos são todos iguais, porque são defensores das privatizações, das terceirizações, e só estão propondo "melhorias" que não vão resolver, de fato, nada na vida dos trabalhadores. Diz, literalmente, que os outros são representantes dos interesses capitalistas, dos ricos, etc.
Propõem tributar as grandes fortunas, acabar com o ICMS, aplicar 10% do PIB na saúde, fazer auditoria na Dívida Pública (não deixou claro se a externa ou a interna), reduzir a jornada de trabalho, sem reduzir salário, bem como ocupar moradias desocupadas (ocupação urbana), como proposta para reduzir o déficit de moradias no Brasil .Claro, ele já tinha dito outro dia, colocar limites na propiredade da Terra.
Realmente reformas estruturais, o problema é COMO fazer isso pela via eleitoral.

Quanto à Dilma, foi a mais cobrada, por ser governo. Algumas cobranças muito pertinentes. Dilma não se deteve a atacar os adversários, procurou reafirmar a continuidade dos programas sociais do governo Lula, implementar e potencializar o PAC 2, na questão de moradia, transporte e massificar dois programas que foram reconhecidos como bons, inclusive pelos outros candidatos: Minha Casa Minha Vida e a estratégia para a Segurança Pública. Sobre isso Dilma explicou no que consiste o Programa Polícia Pacificadora, a exemplo do que está sendo experimentado no Rio: combinar ações sociais, mobilizando a comunidade e ação repressiva eficiente contra a bandidagem, transformando os territórios de "guerra!" em territórios de "paz"
.
Dilma aproveitou para divulgar ações do governo. Quando perguntada sobre informalidade falou na geração de empregos dentro das formalidades legais, deixou de dizer que o micro-crédito possibilitou pequenos investimentos e geração de renda, talvez, uma alternativa aos que não querem ser empregados. Deixou de dizer também que está sendo possibilitado contribuição previdenciária para os informais, para que tenham benefícios da Previdência.

Dilma é muito concreta, tem boas propostas, mas carece de desenvoltura para explicar seu programa. Não apresentou um programa socialista, mas reafirmou respeito à democracia, ressaltando a necessidade de governar com a pluralidade, respeitando a diversidade brasileira, a liberdade de expressão e organização.

Eu, pessoalmente, creio que, no governo, se eleita for ( e eu deixei claro que vou votar nela) ela deveria dar alguns passos na direção de tributar as grandes fortunas, baixar os juros e auditar a tal dívida, de forma a não consumir fatia tão grande da arrecadação. Quanto às transformações propostas pelo Plínio, cabe à pressão popular, ir abrindo brechas no governo em direção à reformas mais estruturais, que realmente se fazem necessárias, para desconcentrar a renda e construir uma sociedade mais igualitária.