segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ELEIÇÕES E O PSOL


Estou de mau humor porque, mais uma vez, fui acordada com a música "ilarilarie da Xuxa" só que com a letra ridícula, de um certo candidato. Essa músiquinha chata, martela minha cabeça o dia inteiro porque passa aqui na Av. Liberdade, onde moro, umas duas vezes por dia. Um tormento! Se eu tivesse alguma intenção, por maior que fosse, de votar nesse sujeito, que rima a palavra "afoito com 00008", eu não votaria mais por causa que ele, todos os dias, me acorda com essa chatice.

Mas quero comentar o programa do Plínio de Arruda Sampaio, que concorre sabendo que JAMAIS será eleito com o programa que apresenta. Mas por que ele o apresenta? "Para debater o Brasil, para enfrentar o capitalism". Ótimo, é um bom objetivo, mas que é enganador. Senão vejamos: Ele promete que se eleito vai acabar com o latifúndio colocando, definitivamente, limite nas propriedades (que terão, no máximo, 500 hectares). Também promete estatizar toda a saúde, a educação, e os bancos. Já isso não sei se é tão ótimo assim.
De qualquer forma, ele NUNCA diz COMO pretende fazer isso. Houve tempo que falávamos assim no PT, nos Movimentos sociais, e de fato, no capitalismo sempre teremos disparidades sociais, corrupção ( o Estado é corruptor e é um braço do Capital), desigualdades, produtivismo predador, etc.

Pela via eleitoral NÃO é possível transformações estruturais. Grandes transformações, SEMPRE foram fruto de grandes rebeliões. Então, se possível, é isso que precisa ser feito. Mas enfrentar o Braço Armado do Capital, nos dias de hoje? Ninguém se atreve e na via eleitoral, o último presidente do Brasil, que quis tocar na propriedade privada da terra, foi deposto e tivemos uma ditadura de 30 anos.

Ora, o Lula sempre soube disso, então no Estado se faz melhorias mesmo. E o povo quer fazer enfrentamento, sofrer perseguições, morrer pela causa socialista? Não, o povo quer comer, amar, morar melhor, se divertir, o povo quer VIVER. Por isso, é preciso alavancar condições de mais vida, foi o que Lula fez, a Dilma vai continuar a fazer e é o possível pela via eleitoral.

Ademais o capitalismo se tornou um modo de vida, um modo de ser. A cada momento precisamos combater o capitalismo, construindo outros modos de viver, de nos relacionar, de morar, de comer, vestir, aprendendo a COOPERAR, a viver de forma mais simples, a respeitar a natureza, etc. Por isso que cai no vazio o programa do Plínio e do seu PSOL.

Isso não significa que tenhamnos que desistir de reiventar outras formas de vida, não capitalistas, não produtivistas, não exploradoras, segregadoras, acumuladoras, poluidoras. Existem, sim, resistências, auto-organização, sendo gestada, vivida em milhares de lugares.
Os governos podem, sim, fazer prioridades, fortalecer as iniciativas populares da economia solidária, de cooperação, de produção não poluidora, de escolas comunitárias, de cooperativas de habitação, de economia de água, de energia. Pode sim, tributar mais o capital, fortalecer as iniciativas auto-gestionárias, ajudando com recursos públicos.

Pode investir mais em saneamento, em habitação, na agricultura familiar sustentável (ecológica), em educação, em iniciativas produtivas que reduzam a subordinação e fomente a autonomia e a cooperação. Se, hoje, é o trabalho vivo que se impõe sobre a máquina (o trabalho morto), a potencialidade está no conhecimento, na cognição, na corporalidade. Essa corporalidade precisa comer, morar, se informar, ter acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação e se tornar produtiva, sem pedir a bênção aos patrões capitalistas. Por isso os programas sociais do governo Lula são mais revolucionários que o discurso sectário do PSOL e outros esquerdinhas ressentidos e arrogantes.

domingo, 26 de setembro de 2010

RECEITAS NOVAS

"Mãe não inventa". Frase do meu filho Pedro, frente ao perigo de não dar certo o almoço de um domingo qualquer. Gosto de inventar. Se ninguém arriscasse novas experiências a gastronomia seria muito pobre.

Cozinhar, fazer pães e doces, requer uma relação holística com os produtos da natureza. Precisa ter sensibilidade, observar as reações dos ingredientes, as texturas, etc. As receitas podem obter resultados bem diferentes de uma mão para outra, pois o modo de fazer altera, e muito, as texturas e os sabores. Até porque as medidas variam (tamanho das xícaras, das colheres...).

Neste final de semana eu e o Irineu experimentamos duas receitas que deram certo. Falo nós porque, quase sempre, preparamos os alimentos em regime de colaboração. Isso, inclusive, nos ajuda a manter diálogos interessantes e em meio aos fazeres na cozinha, rola algum carinho, algum aperitivo, chimarrão, e às vezes alguma impertinência mal-humorada de minha parte. Mas no geral, nosso astral para cozinhar é muito bom.

Vai aí uma receita que fizemos neste final de semana:
PÃO DE BATATA DOCE AROMATIZADO COM LARANJA
Ingredientes:
2 Kg. de farinha de trigo (sendo meio Kg. de farinha integral); Uma Xícara de açúcar, e meia colher rasa de sal. Duas colheres (sopa) cheias de fermento seco para pão. Meia xícara (chá) de azeite; Uma xícara (tipo caneca) de caldo de laranja e meia colher (sopa) de raspa da casca de laranja. Duas batatas doces médias cozidas e amassadas. Meia xícara de leite. Dois ovos batidos. Água morna, se necessário para dar consistência na massa.

Junte todos os ingredientes secos com o fermento, também seco, e misture. Junte em outra vasilha a batata, o azeite, o leite morno, os ovos batidos, o suco de laranja, a raspa de laranja. Misture tudo e junte aos ingredientes secos. Misture e se ainda estiver muito espesso junte um pouco de água morna, até que seja possível sovar a massa. (Isso é que depende de sensibilidade e experiência).
A massa precisa ser sovada até que comece a fazer bolhas. Aí deixe descansar em lugar sem vento para que cresça. Deverá dobrar de tamanho. A seguir faça os pães do tamanho que desejar, unte formas e coloque-os novamente para crescer, até que quase dobrem de tamanho. Tem quem goste dos pães menos crescidos. Crescer demais deixa os pães esfarelentos. A temperatura do forno é de, aproximadamente, 200 graus e cozinha em 35 minutos, talvez um pouco mais, a depender do tamanho dos pães. Se alguém experimentar, conte-me o resultado.

Fizemos e ficou uma delícia. Outro dia escrevo a outra receita de uma carne especial que preparamos. Espero que gostem. É muito bom comer um pão que fica amarelinho, macio, cheiroso e muito saboroso. Boa semana.

sábado, 25 de setembro de 2010

ELEIÇÕES

Falta uma semana para as eleições. Teremos de votar em seis cargos. Uma confusão. Confusão que a gente vê na campanha. Os canteiros das ruas abarrotados de propagandas. A gente precisa se concentrar quando está dirigindo, porque aquele colorido todo quase nos distrai. E os carros de som? Cada músida ridícul! Tem até música da Xuxa. E letras sem sentido, por exemplo: "não seja afoito, vote .3, 6, 5, 7 8...oito, para rimar com afoito. Ridículo!

Como distinguir tantas promessas? Todo mundo "veio de baixo" lutou e venceu. Alguns se colocam apelidos para parecerem populares. E tem propagandas de gente que defende a contravenção. Por exemplo: "galistas, eu tenho coragem de defender o direito dos galistas de poderem assistir seus galos a fazerem aquilo que é da sua biologia" Se eleito vou lutar pelos direitos dos galistas." Mais ou menos isso o candidato fala, vestindo uma camiseta com um galo de rinha. Loucura! Defende claramente algo proibido em lei: as brigas de galos de rinha.

Todos querem e defendem os direitos dos mais pobres, reconhecem que todos precisam de saúde, educação, moradia, etc. etc. Gente que dizia que as prefeituras iam quebrar se aumentasse o salário mínimo, agora virou defensora do crescimento do SM. Gente que criticava o Bolsa Familia, agora promete aumentar o valor do Bolsa Familia e ampliá-lo. Todos defendem os pobres, os pequenos agricultores, os programas sociais sempre criticados. Uma hipocrisia!

E tem propaganda que não diz nada. " O Rio Grande no Caminho Certo". Certo para quem? O que é estar no caminho certo?
"o que os outros dizem que vão fazer a Fulana já fez".Fez tudo, tudo, dá gosto, só a gente que não percebe.
Tem os candidatos da terceira idade, na luta contra o Krack, na defesa dos deficientes físicos, dos fumicultores...enfim gente tentando cativar setores da sociedade.

Tem os chavões que são ridículos:
"O RS é do Senhor Jesus Cristo", "Não durma no ponto", "acabar com a indústria da multa", "visão deusista da política", "quero lutar contra as leis ambientais que vai tirar terras dos agricultores", "educação de tempo integral" (para fazer o que?), "desenvolvimento sustentável" (sem dizer que entendimento têm disso), "saia do escuro, vote seguro"! "creio nas promessas de Deus", " O fuzileiro democrata. Adsumus" ( o que é isso?), Tolerância Zero"...e por aí vai.
Como escolher?

Mas enquanto as sociedades humanas não conseguirem um grau de humanização e organização capazes de garantir a cooperação, a responsabilidade, e a capacidade de se autogerirem ( se é que um dia isso vai acontecer), sem precisarem da representação e da delegação, vamos continuar voltando.

Tenho comigo alguns critérios para escolher candidatos, para votar em alguém:
Conhecer a história do indivíduo e dos compromissos que ele tem assumido, procurando identificar de que lado ele tem se colocado. Voto em quem tem compromisso e luta para melhorar a vida das pessoas. Em quem tem algum tipo de engajamento que contribui para que mais pessoas possam viver melhor. E falo daquelas pessoas que mais precisam de ajuda para alavancarem condições dignas de vida. Falo daqueles que historicamente sempre foram relegados e esquecidos.
Outros critérios são o respeito à diversidade, à cultura popular, aos movimentos sociais populares, ao diálogo, à participação protagonista das pessoas, às lutas das mulheres, da educação, dos sem terra e pequenos agricultores, dos jovens, do meio ambiente. Mas não só no discurso, no engajamento, antes de serem candidatos.

Com esses critérios escolhi meus candidatos, todos eles. Não são os únicos, mas a gente precisa escolher. Levei em conta a representação da juventude e das mulheres e o compromisso com a educação, que fez parte fundamental da minha vida.
Temos bons candidatos no RS, e sem menosprezar outros nomes de luta e de grande valor, vou socializar os meus escolhidos. Faço isso, porque seguidamente algumas pessoas me questionam.

Presidente: voto Dilma. Governador: voto Tarso. Senadores: Pain e Abgail, Dep. Estadual voto no jovem Mauricio Piccin, 13913, dep. Federal, na professora Emilia Fernandes 1311.

"A opinião pública somos nós"

" A opinião pública somos nós". Essa frase do Presidente lula gerou protestos e a grande imprensa comercial deu maldosas interpretações, tentando criar um clima de "ameaça à democracia".
Lula quis dizer que a cada dia fica no passado a pretensão da mídia comercial de ser porta-voz exclusiva da opinião pública.

Mas de que mídia comercial estamos nos referindo? Da Folha de São Paulo, do Jornal O Globo, da TV Globo, da TV Bandeirantes ,da Veja, etc.( historicamente vinculadas aos interesses da elite brasileira).
Essa mídia está furiosa, porque estão tendo que disputar com outros canais de opinião: as redes sociais da Internet, os blogueiros e todas as mais variadas formas de manifestações verdadeiramente livres.
Essa mídia comercial cria factóides, deformando e ocultando fatos e pré-julgando, utilizando-se da concessão pública, para alterar a tendência eleitoral de vitória de candidatos que são favoráveis à base da pirâmide social.

O governo Lula, pode não ter feito tudo o que desejávamos que fizesse por maior igualdade social, deixando a desejar, por exemplo, na minha opinião, nas questões ambientais, mas, sem dúvida, milhares de pessoas passaram a comer melhor, a ter luz, moradia, escola e até universidade. Sem falar na respeitabilidade que o Brasil conquistou na política externa e pela primeira vez na história, o Estado brasileiro não é inimigo do Movimento Social e não se ajoelha diante dos ditos países do primeiro mundo. Temos muuuuito mais soberania.

A elite brasileira, sempre golpista e racista não tolera isso.Como disse Leonardo Boff: "É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles têm pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente, como Lula. Trata-se, como se deprende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo". Não há mais lugar para coronéis e de fazedores de cabeça do povo".

Quando penso que a TV Globo teve sua concessão pública por puro tráfico de influência, porque apoiou e colaborou com a Ditadura Militar que exilou, torturou, CENSUROU e matou brasileiros, com a conivência da grande mídia, fico irritada ao ver que hoje eles querem parecer os guardiões da moralidade e da democracia.
Foi a mesma elite que sempre se beneficiou e se beneficia ainda, com os recursos públicos: incentivos fiscais, isenções, financiamentos e dívidas de grandes empresários e grandes ruralistas latifundiários, que nunca são pagas. Estão aí as fortunas afanadas pelo empresário Nelson Tanuri, que abocanhou fortunas de bancos públicos e deixou falir estaleiros, demitindo milhares de trabalhadores.

São os grandes e médios sonegadores:empresas, profissionais liberais, servidores públicos, que fazem discursos moralistas. Muitos pegam dinheiro público, aplicam no exterior, demitem milhares de trabalhadores ou mantém trabalhadores sem legalizá-los, explorando-os barbaramente e até mantendo trabalho escravo.

É bom lembrar que até a Constituição de 88, quase não havia concurso público. Os cargos eram indicados. Isso ocorreu aqui na UFSM, em pleno período do Regime Militar. Eram indicações, puro tráfico de influência. Os Cargos de Confiança, foram implementados naquele período e era para empregar gente "da confiança", fiéis ao regime ditatorial, familiares e amigos.

A história do Capitalismo é feita de corrupção. O Capital tem seu braço armado e o usou contra o governo popular de João Goulart.
A história do Brasil, desde o início, foi de privilégios de um lado e de saques e extermínio de outro, os índios que o digam.
As terras (os latifúndios) foram concessões do Império e dos governos a amigos e parentes. O conflito está aí, porque a posse da terra foi fraudulenta, desde sempre nesse país. História de escravidão, de massacre. Canudos foi puro massacre.
Mais recentemente, vale lembrar os grandes escândalos: Adubo Papel, Pasta Cor de Rosa, Sinvan, a Vale do Rio Doce, cuja venda foi uma farsa, pois foi praticamente doada e nessa "venda" foram beneficiados parentes do governo da época.

Antes as CPIs eram abortadas, as sujeiras eram jogadas para baixo do tapete. Hoje são publicizadas, são apuradas., Cumpre-se o preceito constitucional da impessoalidade e publicidade. Avançamos sim.

Precisamos denunciar sim a corrupção e toda forma dela acontecer: a corrupção dos empresários, do Capital e da imprensa comercial e golpista.
Os ricos e a ridícula classe média intelectual, metida a besta, não admite que nenhum dinheiro público seja destinado aos "descamisados". E sente vergonha de votar nos candidatos que o povão "ignorante" vota. A ética e a transparência não podem ser bandeiras da elite porque sempre se beneficiaram dos privilégios, tráfico de influência e corrupção. Agora fazem discurso hipócrita. Infelizmente, por mais rigor que os governos tenham, sempre teremos corrupção. No entanto, pela primeira vez milhares de pessoas, estão se beneficiando com um pouquinho de dinheiro público e com esse pequeno impulso, conseguem um pouco mais de dignidade para viver.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

ENCONTRO FAMILIAR


Aniversário de 15 anos é sempre motivo de festa. Significa, em princípio, que a pessoa deixou de ser criança e já pode dar passos mais ousados na sua vida e nos seus relacionamentos. Já pode sair à noite, namorar, etc. Bobagem, no fundo, porque a maturidade vai depender da pessoa, de seus aprendizados, de suas experiências, do diálogo que os familiares mantiverem com ela.

Bem, mas ontem à noite fomos numa pitzaria festejar com a familia do Hairton, meu irmão, os 15 anos do meu sobrinho Leonardo, filho do Hairton e da Mari e irmão da Laura. Estavam muito bonitos e alegres. Lá estavam poucas pessoas, mais chegadas da familia da Mari e da nossa.
Parabéns ao Leonardo e a seus familiares. Claro que a gente deseja uma vida criativa, alegre e cheia de bons encontros, de muitos amigos para o Leonardo e para sua familia.
Ele está um belo rapaz, ganhou diversas camisas do Inter, pois todos sabemos que é um ardoroso torcedor.

Pena que o Hairton não convidou os primos e primas, pois embora a diferença de idade, ele só ganha em aproximar os laços com a ala jovem e adulta da familia, pois a ala geriátrica tende a ir mermando.
Foi um belo e muito "saboroso" encontro. As pitzas doces estavam uma LOUCURA! O Leonardo e familia estiveram perfeitos como anfitriões. Parabéns!

domingo, 19 de setembro de 2010

VOLTANDO

Oi pessoal. Estive ausente porque o computador havia pifado. Agora o filho Pedro comprou um novinho. Uma beleza!
Nesse tempo muita coisa aconteceu que poderia ter escrito. Quero destacar alguns eventos. O Irineu e eu fomos a um evento do Palco Fora do Eixo, ouvimos música Popular Brasileira, de raíz. Dançamos umas duas horas. Só nós de "velhos". Como tocou samba e forró, conseguimos dançar. Nosso problema é com o roque. Aí a gente não dá conta! Curti muito ver a gurizada (alguns já meio coroas também) se divertindo. Conversavam, dançavam ( bebiam e fumavam também, mas faz parte). Eu tinha outra impressão da vida noturna de hoje. O que vimos foi bem legal, boa música, (cujo volume não era muito alto) bons papos. Foi lá na Gare. Era uma noite fria e linda, estava muito agradável.

Também estivemos num comício ( na mesma noite, antes do Palco Fora do Eixo).O candidato a Governador pelo RS,Tarso Genro, veio a Santa Maria, acompanhado de muitos candidatos da Frente Popular. Estranhei a falta de "tesão" que tínhamos no passado, no tempo em que fui candidata. Mas gostei da fala do Tarso, do que ele falou sobre a relação que pretende ter com os professores e movimentos sociais e também do que ele pensa que deva ser a Segurança Pública e o papel da Brigada Militar. Gostei. Acho que o Tarso amadureceu, aprendeu e mudou para melhor. Isso tudo foi na quarta-feira passada.

No sábado fomos a um baile de CTG, semana Farroupilha. Fomos trajados a rigor: pilchados. Dançamos muuuuuito. Afinal agora sabemos dançar música gaúcha. Esnobamos passos de chamamé, que aprendemos nas nossas aulas de dança de salão. Me senti bonita de prenda e o Irineu fica muito bem pilchado.
Hoje, domingo, fizemos um almoço caprichado, receita que aprendi lá na minha cunhada Carla (Abóbrinhas recheadas). Ficou uma delícia! Também, no molho foi meia jarra de vinho branco! O cheiro era maravilhoso! E nós adoramos a visita das filhas aos domingos. O Pedro está conosco durante a semana e no domingo fica com a namorada. As filhas e o Leonardo vieram e, como sempre, nos alegraram muito.

Na quinta-feira o Irineu fará cirurgia de Cataratas em um dos olhos, então terei de cuidar bem dele. Não sei se terei ânimo para escrever, mas não vou sumir.As vezes fico sem assunto, porque minha vida é feita de um cotidiano que não deixa de ser repetitivo, embora a gente sempre esteja fazendo boas leituras, saindo e descobrindo coisas novas para curtir aqui em Santa Maria. Afinal, deixamos a vida rural e passamos a viver a vida urbana, com seus prazeres e suas mazelas. Qualquer dia escrevo sobre isso. É uma experiência e tanto!
Boa semana para vocês que, com generosidade, espiam o meu blog.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A EDUCAÇÃO NOS PROGRAMAS ELEITORAIS

Não se percebe muita diferença nas propostas dos programas eleitorais dos candidatos. Para saber a diferença a gente precisa conhecer o que eles fizeram nas suas atividades políticas, em seus cargos, antes de serem candidatos.

Mas, como ia dizendo, quase todos falam em escolas de tempo integral. Não explicam para fazer o que e como. Dizem que, para melhorar a qualidade. Mas como fazer isso? O modelo de escola que temos, ( com classes uma atrás da outra, em períodos de 50 minutos, fragmentando os conhecimentos, com avaliações classificatórias..., enfim, escolas tradicionais), amplificado em mais um turno, será a fórmula para qualificar a educação?

Escolas sem práticas concretas, com nada ou pouca tecnologia, defasadas e inadequadas para as necessidades e demandas das crianças e jovens que chegam à escola. É preciso reconhecer, com seriedade, que as crianças e jovens que chegam à escola são MUITO diferentes daquelas que chegavam à escola a 10, 15, 20 anos atrás. E não bastam ações simplistas do tipo: "mais hierarquia, mas controle, mais disciplina, mais limite..." Pode ser necessário, efetivamente, em situações específicas, algumas dessas medidas, mas são absolutamente equivocadas, diante do grau de mudanças que ocorreram com a infância e juventude, sem que a escola tenha apresentado nenhum tipo de mudança substancial. Ou seja: os tempos mudaram, o mundo mudou e a escola não se renovou.

A escola tradicional é uma instituição em crise, um lugar de sofrimento. Basta conversar com professores, alunos e pais para constatar isso. Claro que as opiniões sobre o que fazer são as mais variadas e polêmicas que se possa imaginar, mas há um consenso sobre a crise na escola.

Os programas não fazem esse debate, não são claros sobre os professores: sua remuneração, suas condições de trabalho, e principalmente sua formação acadêmica. Esta, a meu ver, defasada e inadequada à sociedade pós-industrial. Valorizam-se títulos acadêmicos, em quantidade, e não em saber-fazer, em qualidade, no processo de seleção de professores. E não se proporciona, aos docentes, de forma sistemática, adequada formação continuada e em serviço.

Os programas (quase todos) falam em muuuuitas escolas técnicas. Não esclarecem porque são tão necessárias. Para saber fazer? Mas o que é saber fazer, hoje, com as fantásticas transformações tecnológicas no mundo do trabalho? Para serem empregados? Ou para serem empreendedores? Percebe-se que se tornou um refrão: "vamos fazer escolas técnicas". "vamos fazer escolas em tempo integral". Que proposta têm para efetivá-las, quem será consultado? Como saber sobre as suas necessidades e que demanda real existe em cada região?

Avançamos muito em universalização do ensino fundamental e há muito mais ofertas de ensino superior. Mas não basta fazer chegar aos bancos escolares. A escola não é um lugar sagrado que opera milagres. Precisa ser repensada e para isso é fundamental a participação ampla da sociedade. É preciso valorizar o magistério, demandar dele mais compromisso e dar-lhe condições dignas. E é preciso muito mais recursos, para que aconteça processos de efetiva aprendizagem.

Novas aprendizagens, novas formas de organizar a comunidade para a participação e para o conhecimento. Não qualquer conhecimento, mas um novo tipo de conhecimento: muito mais humano, ecológico, tecnológico,cooperado, comunicativo e solidário. E o principal: COMO fazer acontecer a aprendizagem. Certamente não mais centrada no professor e muito menos em REPASSAR informações. Muito mais pesquisa, autonomia e iniciativa protagonista dos educandos, que já fazem isso naturalmente. É um desafio e talvez por isso os candidatos NÃO ousam apresentar propostas.

Concluo dizendo que, se depender dos governos, em qualquer instância, não vão operar transformações estruturais. A educação só vai se transformando se houver muita mobilização dos sujeitos do processo: alunos, professores e pais. Como de resto, na agricultura familiar, na reforma agrária, na reforma urbana, na saúde, precisamos exercer a verdadeira cidadania, a democracia verdadeira: ações diretas, pressão e reinvenção dos modos de viver e de participação. A tão propalada democracia do voto é muito insuficiente para operar mudanças. Os governos, por mais boa vontade que tiverem, dependem da pressão social, para que o controle das questões sociais estejam sob o controle dos muitos. Somos os muitos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

DROGAS LEGAIS E ILEGAIS


A droga do jovem é a maconha, coca, loló, cola de sapateiro e...Krack. E a droga do velho?
É o alccol, embora seja, cada vez mais, também do jovem.
Alguém lançou campanha "alcool nem pensar"?
Por que será que ninguém lança? Parece óbvio!

Eu me pergunto: qual será que mata mais, em termos absolutos? Qual será que causa mais violência, sofrimento nas familias e despesas ao governo com tratamento de câncer, cirrose, aposentadorias por invalidez, próteses para mutilados, etc.? Parece-me que, por enquanto é o alccol.
Quem paga tudo isso? Quem sofre com tudo isso?

É do conhecimento geral, que grande parte dos acidentes de carro e da violência doméstica, são causadas pelo alcool. São altos os custos sociais e econômicos para toda a sociedade e por que tão poucas medidas são implementadas, em relação ao alcool?

As drogas são proibidas, criminalizadas e por que o alccol não é proibido e/ou criminalizado?
Ninguém vai preso porque se declara alcoólatra ou é pego em estado de "pileque" e ninguém pergunta quem vendeu a bebida ao sujeito.
Como também ninguém vai preso porque vendeu bebida. O alcoólatra encontra amparo e legitimidade para se tratar.
Por que com as drogas não pode ocorrer o mesmo?
Claro que, para ambos, o tratamento pode ser um paliativo, um recurso extremo. É preciso pensar na prevenção.

Numa sociedade em que o lucro é o mais importante, na sociedade do espetáculo, que tudo mercantiliza, que não garante oportunidade de aprendizado, profissionalização, cultura, tecnologias de comunicação e informação, entretenimento e sentido para a vida, de forma universal e igualitária, muitos vão para as drogas e as bebidas: é fuga, é emoção, é aventura e depois vira dependência, tragédia humana.

Na sociedade que instiga para a fruição de tudo o que é bom e não oportuniza que todos tenham acesso, que sonega o mínimo de dignidade para a grande maioria dos jovens, portadores de um enorme vigor e potencial, sem ter onde e como vislumbrar a possibilidade de exercer esse potencial, às vezes o que se apresenta é a droga.
Na falta de afeto, de amor, de atenção, de diálogo, de pão, de cultura, de sentido, de reconhecimento social, de oportunidade ao protagonismo... sobra a droga. Muitas vezes o amparo é nas drogas legais, medicamentosas e isso também é assustador, por razões óbvias.

Qualquer opção de tratar e de tentar reduzir ou acabar com a dependência química, precisa vir acompanhada de uma rede de oferta de oportunidades de trabalho, de arte, de cultura, de mais vida digna.