quinta-feira, 2 de setembro de 2010

DROGAS LEGAIS E ILEGAIS


A droga do jovem é a maconha, coca, loló, cola de sapateiro e...Krack. E a droga do velho?
É o alccol, embora seja, cada vez mais, também do jovem.
Alguém lançou campanha "alcool nem pensar"?
Por que será que ninguém lança? Parece óbvio!

Eu me pergunto: qual será que mata mais, em termos absolutos? Qual será que causa mais violência, sofrimento nas familias e despesas ao governo com tratamento de câncer, cirrose, aposentadorias por invalidez, próteses para mutilados, etc.? Parece-me que, por enquanto é o alccol.
Quem paga tudo isso? Quem sofre com tudo isso?

É do conhecimento geral, que grande parte dos acidentes de carro e da violência doméstica, são causadas pelo alcool. São altos os custos sociais e econômicos para toda a sociedade e por que tão poucas medidas são implementadas, em relação ao alcool?

As drogas são proibidas, criminalizadas e por que o alccol não é proibido e/ou criminalizado?
Ninguém vai preso porque se declara alcoólatra ou é pego em estado de "pileque" e ninguém pergunta quem vendeu a bebida ao sujeito.
Como também ninguém vai preso porque vendeu bebida. O alcoólatra encontra amparo e legitimidade para se tratar.
Por que com as drogas não pode ocorrer o mesmo?
Claro que, para ambos, o tratamento pode ser um paliativo, um recurso extremo. É preciso pensar na prevenção.

Numa sociedade em que o lucro é o mais importante, na sociedade do espetáculo, que tudo mercantiliza, que não garante oportunidade de aprendizado, profissionalização, cultura, tecnologias de comunicação e informação, entretenimento e sentido para a vida, de forma universal e igualitária, muitos vão para as drogas e as bebidas: é fuga, é emoção, é aventura e depois vira dependência, tragédia humana.

Na sociedade que instiga para a fruição de tudo o que é bom e não oportuniza que todos tenham acesso, que sonega o mínimo de dignidade para a grande maioria dos jovens, portadores de um enorme vigor e potencial, sem ter onde e como vislumbrar a possibilidade de exercer esse potencial, às vezes o que se apresenta é a droga.
Na falta de afeto, de amor, de atenção, de diálogo, de pão, de cultura, de sentido, de reconhecimento social, de oportunidade ao protagonismo... sobra a droga. Muitas vezes o amparo é nas drogas legais, medicamentosas e isso também é assustador, por razões óbvias.

Qualquer opção de tratar e de tentar reduzir ou acabar com a dependência química, precisa vir acompanhada de uma rede de oferta de oportunidades de trabalho, de arte, de cultura, de mais vida digna.

6 comentários:

  1. Oi Tereza! Também sinto muita saudade de vocês e vou adorar receber a tua visita, assim poderei retribuir o carinho com o qual sempre me recebeste na tua casa...A Lúcia me prometeu uma visita a muito tempo mas até agora nada... Vou mandar o meu endereço para vocês, assim fica mais fácil, beijos fabiana

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  2. Oi Fabi, manda mesmo. Iremos te visitar. Beijos

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  3. Tia, gostei muitíssimo do teu post! Realmente, "o buraco é bem mais embaixo", como se diz comumente! Comentei sobre o assunto no blog da Silvana e por isso me senti na obrigação de falar aqui tb! Só pra contribuir: é bom que fique claro que ninguém vai preso no Brasil porque é usuário de drogas (se vai, é por abuso de autoridade, mas aí o problema é outro). O uso de drogas é infração de Juizado! Não se lavra auto de prisão em flagrante e o usuário não responde a uma ação penal (no máximo, comparece a uma audiência pra que o juiz dê uma advertência, encaminhe pra prestação de serviços comunitários ou pra um "curso educativo". O procedimento é bem diferente daquele ao qual se submete o traficante... Eu realmente acho que a proibição do uso é questionável (embora tb ache que não há nenhuma vantagem nesse caminho, assim como no do álcool - e falamos dos excessos, claro), vez que não me parece válido esse intervencionismo Estatal em questões de foro íntimo... O maior problema é evidentemente o tráfico que, como sabemos, agrega todo tipo de mazelas!

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  4. Oi querida, obrigada pela tua contribuição jurídica. Minha preocupação é sobre os modos de vida da contemporaneidade, que leva todo mundo aos "prozacs" da vida, para suportar a pressão competitiva, o enorme número de coisas que se faz na vida, que tem pouco ou nenhum sentido. Beijos

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  5. Sim, sim! Concordo integralmente! A insanidade da maneira como vivemos (ou melhor, "tentam" nos impelir a viver assim) hoje, com urgência de tudo, com exigência de perfeccionismo, com uma enxurrada de informações que nem sempre conseguimos filtrar, etc, etc, etc... Tudo isso é sufocante e só pode gerar essas "disfunções"!

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  6. Olá, poderia fazer uma lista dizendo quais são as drogas legais e quais são as drogas ilegais por favor? Agradeço desde já.

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