sábado, 9 de outubro de 2010

Universidade, campus de Silveira Martins


Faço parte da diretoria de uma associação regional que pensa o desenvolvimento sustentável da região central e entre seus objetivos mais imediatos está a defesa e consolidação do campus da UFSM em Silveira Martins. Esse campus surgiu a partir do REUNI, que tem entre suas características não apenas a expansão de vagas das universidades públicas brasileiras, mas também para alavancar o desenvolvimento econômico e social de regiões empobrecidas, a partir de potenciais existentes nas comunidades.

O Campus de Silveira elaborou uma proposta de cursos e de modelo pedagógico, que pretende integrar ensino, pesquisa e extensão, implementados a partir da Pedagogia de Projetos, com Seminários Integradores, para cursos de formação de Tecnólogos, visando valorizar e melhorar, (agregando valores e conhecimentos tecnológicos), as atividades de agronegócios já existentes nos municípios da região central e do potencial turístico existente nos municípios de abrangência da Unidade.

Para isso, foi destinado pelo governo Federal 2 milhões e meio de reais, para construção do prédio do campus, que teve área destinada pelo município. Os recursos foram liberados, o projeto pronto, anunciado. Os alunos estudariam meio ano no antigo Colégio Bom Conselho e depois se mudariam, já em 2010, para o prédio novo, que teria laboratórios, biblioteca, etc. O edital de licitação estava em andamento. Assumiu o reitor Felipe e o edital foi suspenso. Os recursos foram para outras prioridades e a Unidade teve de se acomodar no colegio Bom Conselho, que foi doado à Universidade pela Prefeitura de Silveira Martins.

A Associação, mencionada acima, convidou o Diretor da Unidade e o Coordenador Pedagógico para explicar porque a Unidade não faria vestibular em janeiro de 2011. A explicação foi de que a suspensão foi determinada pelo Reitor da UFSM devido a falta de acomodações para mais turmas no prédio. É preciso, antes, reformar e ampliar o Bom Conselho para incluir novas turmas. Claro, com limites, uma vez que os recursos são mais limitados e a área também.

Perguntamos se havia planos de buscar mais recursos e utilizar o Terreno que a Universidade recebeu do município para futuras ampliações. A resposta é de que não há proposta da Reitoria nesse sentido e que, efetivamente, foi colocado um limite às instalações da Unidade.
Conclusão: O Campus tinha uma boa proposta, tinha recursos para implantação de um Campus de qualidade e agora ve-se limitado. Quem são os responsáveis? Reitoria, principalmente. Depois que não digam que o Reúne é uma proposta de cursos de má qualidade. O Governo Federal precisa contar com a competência dos Reitores, dos Prefeitos e da comunidade universitária.

Outro problema é a concepção de formação dos professores, que só querem realizar "ensino" nos moldes tradicionais. Pesquisa e Extensão, não faz parte de suas práticas. É difícil, para a maioria docente, corporativista, dedicar-se de forma integral às funções para as quais foram concursados e se comprometeram ao fazerem concurso.

Mas a associação vai continuar acompanhando, reivindicando, ajudando também. Isso foi reafirmado ao Diretor e vai convidar o Reitor para conversar.
Outros problemas foram apontados: falta de local para os alunos se hospedarem, restaurante universitário e transporte inter-municipal entre os municípios da quarta colônia. Outra dificuldade mencionada foi a precariedade da estrada que chega a Silveira Martins, que estava sendo melhorada e teve as obras interrompidas (pelo governo Ieda) exatamente quando entra no município de Silveira, no pé e na subida da Serra. Está realmente em estado precário e oferece perigo para quem se desloca diariamente.
Esse campus vai exigir muita organização e luta por parte da comunidade. Nossa associação tem essa tarefa prioritária.

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