quarta-feira, 2 de junho de 2010

Eventos de Educação

Ontem participamos de dois eventos de educação.
Em primeiro lugar quero comentar sobre o evento, promovido pelo MOBREC (Movimento de Educadores Cristãos) que, durante tres dias promoveu o X Congresso Internacional de Educação Popular. Tema: Vida e Educação: Buscando Alternativas Soidárias e Emancipatórias.

Além das palestras gerais para todos os inscritos, estes deveriam, também, escolher uma oficina na qual participariam e, se quisessem, poderiam apresentar trabalhos acadêmicos e/ou pesquisas de campo.
A mim coube coordenar uma das oficinas: Avaliação da aprendizagem na educação humanizadora e emancipatória.

Dez trabalhos foram apresentados. Só um tratou diretamente do tema. Alguns trabalhos muito fracos e conservadores, na minha opinião. Mas todos foram contribuições ao debate. Os assuntos mais abordados foram a educação para portadores de necessidades especiais, a violência, os distúrbios de atenção e o fracasso escolar.

Mas o que chamou a atenção mesmo foram dois trabalhos de extensão, com agentes comunitários de saúde, realizados por enfermeiras, de educação para a saúde.
Beleza as concepções e práticas dessas enfermeiras: educação horizontal, respeitando os contextos, considerando o saber popular, a partir de fatos da realidade, problematizados e em diálogo com os sujeitos. E nesse contexto, os conhecimentos técnicos iam sendo estudados.
Em relatos de professores não se viu essa clareza pedagógica.

Quanto à minha exposição sobre a avaliação, em educação emancipatória, fui passando a palavra e problematizando a cada trabalho apresentado.
A dificuldade, é claro, é encontrar práticas de educação emancipatória e muito menos avaliação para essas práticas.
No final tentei refletir com eles sobre isso. Falei trinta minutos. O que gostei foi dos debates durante as oficinas. Trabalhamos das 13:30 às 17:00. Cansei mas gostei, revi colegas, recebi abraços e uma xícara com a pintura da Vila Belga, bem bonita.

O SEGUNDO evento foi assistir um documentário, no Macondo, sobre os pixadores e/ou grafiteiros.
Após nossa dança nas Dores, exercícios obrigatórios de terças e quintas-feiras, fomos ao Macondo, pela primeira vez, para conhecê-lo e para o evento de cinema e debate do Macondo.

O documentário, feito por pixadores mesmos, bem artesanal, foi bem interessante e, nós educadores, temos que conhecer essa forma de expressão e de arte.
Considero um aprendizado que fiz sobre isso.
Não consegui ficar até o fim, para o debate. Quero trocar idéias com a Lúcia e Leonardo sobre isso.
De qualquer forma, aprendi.Ouvi os depoimentos dos personagens que fazem pixações.
No geral, concluí que somos preconceituosos e ignorantes em relação a essa forma de expressão.

Concluí, também, que naqueles traços, que, por vezes parecem garratuchas ou escritas primitivas, mistura de letras, com desenho, com número, com figura geométrica, assinados e realizados sob o risco de serem pegos, processados, presos, de atuarem sobre a "propriedade privada", sob adrenalina, em grupos, com muita maestria e agilidade, estão personagens que estão se expressando.
Alguns, desenvolvem mais o desenho: rostos, bixos, corpos, natureza...muita cor, muita densidade, traços fortes, pesados e muuuuuito expressivos. Eu vejo ARTE nessas expressões.
Mas, reconheço, entendo pouco.

Ouvir as pessoas que realizam esse tipo de "Arte"(são arteiros também), diminuiu minha ignorância e meu preconceito.
Fomos educados para ter preconceitos com o diferente, o não convencional, o ilegal. Aprendi e preciso aprender mais.

2 comentários:

  1. Bem interessante essa parte sobre ter visto um documentário sobre grafite, tia. É certamente um assunto que rende bons debates. Entendo alguma coisa ( ainda menos do que gostaria) sobre o assunto. É curioso observar que muitas pessoas têm opiniões um tanto pragmáticas e extremistas sobre o assunto. De um lado, os que vêem o grafite como uma legítima manifestação artística em qualquer ciscunstância, e do outro, os que vêem como mero vandalismo e ponto final. Eu não vejo de nenhuma dessas formas. Vejo muito tênue a linha que separa a arte da vandalismo quando assunto é a pichação/grafite. Esses dois termos, aliás, não devem ser tidos como sinônimos. Nada melhor que o bom e velho bom senso nessa hora. O pichar por pichar, o invadir a propriedade alheia com uma marca descontextualizada por simples vaidade do pichador, acho condenável. Mas grafites, desenhos,simples ou elaborados, e bem bolados, e num contexto que não cause prejuízos significativos a estética (como um desenho num muro sujo e sem pintura, por exemplo), eu aplaudo em pé!

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  2. Bom teu comentário. Também vou por aí. Mas a arte também tem um lado político, contestador.A rebeldia, a transgressão, parece que se transformam em grito, via pixação. Mas ninguém gosta e eu também não gostaria de ver a parede da frente de minha casa pichada, como vi hoje. beijos

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