sexta-feira, 15 de julho de 2011

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E EDUCAÇÃO

Tenho estado ausente do meu blog. Realmente para uma professora aposentada ando muito ocupada. Gosto que seja assim.

Gosto de cuidar da casa, modificar, para melhorar, o lugar das coisas (livros, roupas, objetos), fazer pão e experimentar sabores variados, caprichar no almoço, principalmente se sei que algum dos meus filhos estiver presente, pois tenho prazer em recebê-los com alguma comidinha gostosa.
Gosto de cuidar das roupas da casa e costurar. Esta última tarefa tenho abandonado um pouco, pois não há tempo para tudo isso e ainda fazer as leituras que preciso fazer.

Também é preciso sobrar tempo pra dançar, caminhar, ir no Boteco do Rosário, visitar algumas pessoas, cuidar da minha mãe e ajudar, modestamente, nossa filha caçula nos trabalhos do mestrado. Ajudar problematizando, fazendo leituras para debater com ela. Claro que quem ganha mais com isso somos nós. Digo nós porque tudo isso que estou falando acontece quase sempre a dois: eu e o Irineu.

Ando com a agenda cheia, amanhã vamos a São Francisco de Assis debater com aquela comunidade sobre EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Eu fui convidada, porque sou mais conhecida, mas o Irineu vai compartilhar comigo essas tarefas, preparamos juntos. Na segunda estaremos numa escola de S.Maria com o mesmo tema, na quarta-feira em Rosário do Sul em duas escolas,refletindo com os professores sobre o Ensino Médio e sobre Avaliação. Esses dois temas são bem mais complexos.

Amanhã vamos dizer coisas do tipo:
- desenvolvimento não é a mesma coisa que crescimento econômico. Que o crescimento do PIB não significa a garantia da redução da pobreza e nem do crescimento do emprego, na atualidade.

- que se no passado buscava-se o crescimento econômico através dos distritos industriais, acreditando que o desenvolvimento vinha com a vinda de indústrias, hoje isso não se sustenta mais e, a bem da verdade, regiões inteiras nunca foram contempladas com o desenvolvimento através do moldelo industrial.
O modelo de crescimento através de incentivos e até guerras fiscais para trazer indústrias aos municípios não tem se mostrado sustentável de forma nenhuma. Grandes empresas ganham incentivos fiscais, isenções de impostos, terreno, dinheiro público e sem mais nem menos vão embora, deixando devastação ambiental, desemprego, quebrando as pequenas redes de apoio construídas em função da fábrica. Isso aconteceu recentemente em Parobé, com a saída da Azaléia, que lá se instalou com dinheiro e incentivos públicos.

Vamos afirmar que o desenvolvimento sustentável dependerá das capacidades de estabelecer relações de cooperação nos territórios produtivos, a partir dos APL (arronjos produtivos loais), e a sustentabilidade virá da mobilização social, de cada município ou região, por meio de políticas públicas locais, distribuição de renda, identidade territorial, níveis de urbanidade, de conhecimentos tácitos (invenção, política de formação) infraestrutura de aprendizagens, e de comunicação, participação constituinte e democrática da população e dos empreendedores e de todos com os órgãos governamentais e institucionais.

Vamos dizer que a redução das desigualdades, é condição para crescimento sustentável, através da acessibilidade sobre os bens fundamentais à vida e também sobre os bens avançados, tais como telefonia, internet, crédito, transporte, conhecimentos.

Vamos falar das características da produção hoje, na sociedade pós-industrial e da inadequação dos atuais currículos escolares para o processo produtivo contemporâneo.
Serão debates complexos, mas entendemos que são imprescindíveis.

Sairemos bem de madrugada, pois teremos que estar em São Francisco as oito e trinta da manhã. Amigos, filhos, irmãos, sobrinhos que espiam meu blog, torçam por esse trabalho, ele faz parte de nosso modo atual de ser militante, é trabalho voluntário, esforço de estudar, conversar e compartilhar o que certamente não inventamos, pois é o resultado da contribuição de muita gente que pensa, troca experiências, troca informações. É rede social, da qual fazemos parte.

4 comentários:

  1. Parabéns Tereza! Sabia de tua nobreza de atos em busca dos ideais de transformação social que acreditas, pelos encontros esporádicos que tivemos em campanhas políticas passadas!!!Sou professora, e acompanho teu BLOG e tua atuação com muita admiração!!! Graças a pessoas que trabalham em prol do TODO, continuo acreditando , que apesar de tantas desilusões, ainda temos motivos para acreditar que podemos ajudar a tornar mais solidária, a nossa sociedade!!!

    ResponderExcluir
  2. Querida colega professora, obrigada por tuas palavras. Hoje estive no CIEP em S.Maria. Toda manhã. Amei a participação de meus colegas professores. Foi muito interessante. Como estão sofridos em seu fazer! Hoje passei estudando pois preciso estar preparada para quarta em Rosário. É uma alegria poder estar compartilhando o que consegui aprender com a vida, com a luta e com meus colegas. Obrigada pela força.Um grande abraço!

    ResponderExcluir
  3. Amiga Tereza, quanto mais leio teus escritos mais aumenta minha saudade de ti a minha vontade de te ouvir falando sobre todas estas coisas. Aprendi e aprendo sempre tanto contigo... Andei muito enrolada com a revisão da dissertação para homologação e outras demandas que surgiram, mas estou feliz em retornar ao blog para compartilhar dos teus escritos e poder ficar um pouco mais próxima de ti. Abraço forte minha querida e continuemos firmes na luta e na crença às causas que acreditamos em defesa das maiorias. Maribel.

    ResponderExcluir
  4. Bom "falar" contigo. Mas não me contento com encontros virtuais. Vamos marcar um encontro corporal, olho no olho? Aí sim a gente mata a saudade! Mas por hora bom assim mesmo!

    ResponderExcluir