segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O PIB mede a produção e circulação de riquezas no Brasil?

Hoje de manhã, fiquei em uma fila esperando abrir um cartório em S.Maria e fiquei escutando as conversas.
Chamou-me a atenção um rapaz conversando com um senhor sobre suas atividades econômicas. Pelo que entendi, ambos moradores do Bairro S.Marta, periferia de S.Maria.

O homem falava dos bem sucedidos negócios que lhe haviam rendido uns bons trocados. Falou de compra e revenda de carros, motos e sucatas. Mas o sujeito é muito versátil em matéria de negócios, pois comentou que vendeu muito bem o estoque de salame que havia produzido em sua própria casa. Comprou porcos e transformou em salame.

Depois me distraí um pouco e perdi o fio da conversa. Quando voltei a prestar atenção ele já falava de peixes, entendia tudo de criação, cuidados, etc. e também com peixes ele fazia negócios. O outro, que o escutava, deu seus palpites, demonstrando, também, muita experiência em bons negócios, todos informais, é claro.

Ambos nem cogitavam falar de emprego, empresa regular, etc.
Comentamos o Irineu e eu: O PIB efetivamente, não mede a riqueza que é produzida e que circula, de fato, por este Brasil afora.
Todo o dinheiro de aposentadorias, bolsa familia e outros recursos de políticas sociais, permite que o povo faça sua própria economia e tem que ser informal sim, pois quem é que pode conseguir dar conta da burocracia para se registrar, requerer o SIMPLES e pagar pouco imposto? Não requerer significa estar completamente inviabilizado.

Qualquer negócio, não enquadrado no SIMPLES e regularizado, vai cair no absurdo de, por exemplo, 9% de alíquota sobre faturamento bruto (não é lucro bruto, do qual são descontadas as despesas), a cada trimestre, fora IR (Imposto de Renda), PIS e COFINS, obrigações trabalhistas, previdenciárias, etc.

Por isso o povo faz tudo informal mesmo, compra vende, fabrica, biscateia e ganha dinheiro, muitissimas vezes mais que qualquer emprego de salário mínimo, com a tal carteira.
O crescimento medido pelo PIB, no Brasil, está em torno de 4%, medido sobre os registros legais. O crescimento informal está em torno de 15%. Eu acredito que isso é o que ameniza a crise.

Se a carga tributária e a burocracia não fossem tão elevadas, e se a avidez fiscal não fosse tanta, muitos poderiam contribuir com a previdência e com um imposto geral, pequeno, que creio, é relevante para que os governos garantam saúde, educação, obras, etc.

É preciso ter arrecadação, mas é preciso ser proporcional ao potencial econômico e distruibuída entre todos. Todos contribuindo, reduz para todos e não cai a arrecadação.

O povo brasileiro se vira e faz acontecer, apesar da crise, apesar dos governos. É muita criatividade! Me divirto ouvindo as conversas dos nossos "Pedros Malasartes" brasileiros, que vão dando um jeito de driblar a pobreza, de viver melhor e de se divertir.

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