terça-feira, 19 de abril de 2011

PLENÁRIA COM PROFESSORES DE ROSÁRIO DO SUL

Ontem, segunda-feira eu, o Irineu e minha filha Alice fomos a Rosário do Sul falar, escutar e refletir com professores de duas escolas, uma escola estadual pela manhã e uma escola municipal à tarde.
O Irineu e a Alice foram presenças de apoio durante a viagem e durante os encontros.
Mas antes de falar sobre isso, quero lembrar que no domingo foi aniversário da Alice e fizemos um bom churrasco aqui no apartamento, com todos os filhos, e alguns amigos. Fico muito feliz quando reúno a família, mas eu estava preocupada com o compromisso da segunda.

Desculpe Alice, sei que eu não disfarcei minha ansiedade. Tu sabes o quanto és alegria na minha vida, mas sabes também que quando se trata de aceitar convite para refletir sobre os "problemas" que se apresentam nas escolas, fico tensa, porque me preocupo com o desejo que as pessoas tem de ouvirem alguma fórmula que dê conta da complexidade que é a educação escolar.

Alice, amei que estavas comigo! Sei que é a primeira vez que presencias esse tipo de trabalho que faço frequentemente.
Gostei muito de ouvir os relatos sobre as tentativas que as escolas estão fazendo: alterando Regimento e construindo propostas pedagógicas para a Inclusão, implantando ensino técnico, tentando melhorar a EJA, entre outras coisas.

Percebi professores que ousam, se desafiam, acreditam, tentam e obtém resultados animadores.
Ouvi relatos de professores que se alegram em contar a luta para alfabetizar alunos com NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS (surdos, cegos, deficiência mental, etc.) e a alegria que sentem quando conseguem.

Debatemos a questão da diversidade e do que é a Inclusão. Refletimos sobre as vantagens da escola compreender a importância educativa do convívio com as diferenças, do quanto as múltiplas e diferentes tentativas de ofertar diversidade de possibilidades para a aprendizagem acontecer, podem beneficiar TODOS os sujeitos do processo educacional, pois não é pequeno o número de crianças e jovens tidos como "normais", mas que não apresentam evidências de boa aprendizagem e é grande o índice de reprovação e de evasão nas escolas.

Nas duas escolas conversamos sobre a inadequação da estrutura da escola e de seus currículos, face às mudanças que estão ocorrendo no mundo em relação às tecnologias, à comunicação e informação, ao processo produtivo, às crianças que, certamente, não são as mesmas de algumas décadas atrás.
A pergunta que tantamos debater foi: Será a Instituição Escolar um campo de possibilidades de humanização e emancipação humana"? Que acham? É um bom desafio!

Foram horas intensas, cansei, meus pés doíam, mas eu sempre volto desses encontros convicta de que apesar da crise que a instituição escolar parece estar vivendo, a coragem e protagonismo dos professores e a rebeldia e teimosia dos alunos, fazem acontecer muita coisa boa nas escolas.

Na próxima postagem vou falar um pouco sobre os desafios que estão postos a todas as escolas com a obrigatoriedade legal de aceitarem alunos nas turmas regulares e ditas "normais" de alunos "portadores de necessidades educativas especiais" ou dizendo de outra forma: alunos com algum tipo de diferença em relação aos outros aparentemente normais.

3 comentários:

  1. Será a escola um espaço de promoção humana? Esta pergunta me soa estranha.Foi no passado humanizadora? Não é mai?Creio que como tudo em parte sim humanizou em parte nãó Eu diria que atualmente sua tendênsia não promove humanização apesar de muitos professores(as) conseguirem milaqres. Tudo devido que a escola é um espaço de encontro de pessoas e nestes espaços sempre brota afetos, subjetividades,compartilhamentos. Mas volto a dizer que a estrutura atual do sistema escolar dificulta muito o fluxo da promoção da emancipação humana.Por que disso? É um bom debate....

    ResponderExcluir
  2. Mãe, foi ótimo estar com vocês. Dei-me conta da capacidade de mobilização dos professores, quando acreditam e gostam do que fazem. No entanto, fico mais triste ao ter que ouvir repetidos discursos no meio acadêmico afirmando o quanto regredimos e comparando nossa educação com os países de primeiro mundo. Isso não muda nada, pelo contrário, cria um certo grau de miopia ao não querermos ver nossa realidade e fazermos o que PODE ser feito.
    Continuo acreditando no ser humano, e não na escola. E quando seres humanos acolhem, há inclusão.

    ResponderExcluir
  3. Alice, bom teu comentário, também acredito mesmo é no ser humano e não na instituição escolar. Mas como lá os professores se juntam com pessoas, é preciso continuar acreditando que, apesar de tantas dificuldades, acontecem processos humanizadores também na escola. Beijos.

    ResponderExcluir