terça-feira, 29 de dezembro de 2009

As contradições da "Festa de Natal".

É verdade que a comemoração de Natal tem bons momentos, para muita gente: encontros, presentes, comilança, viagens, etc.
Mas que cansaço!
Hoje meus comentários sobre o Natal serão amargos, não porque eu tenha queixas pessoais, mas é o conjunto do que fazemos com essa data, que me chateia. Claro, na minha percepção crítica.Respeito outras opiniões.
Primeiro, o Natal é a festa para o Capitalismo. O deus Mercado é mais lembrado que o Deus Menino. É o Mercado que conquista mais adeptos. A mensagem de amor, de fraternidade, de partilha e de comunidade, do protagonista principal, Jesus Cristo, fica submersa no consumismo exagerado de quem pode e na frustração de quem não pode.
Bem, mas isso não é novidade. Creio que não existiria capitalismo, sem o Cristianismo. Ambos floresceram no mundo ocidental (cristão)e suas ideologias. Claro, isso é polêmico e fica a afirmação para quem quiser pensar, falar e escrever à respeito. Eu concluí dessa forma.
Segundo: a festa natalina vira preocupação, ansiedade, pressão e tensão. Ter que presentear, ter que escolher, decidir, gastar.O chato é o caráter de quase obrigação que, com o tempo, foi se transformando. O dinheiro disponível, para a maioria, nunca é suficiente. E a gente acaba pedindo desculpas pelo presente "mixuruca". Que chato!
Ah, e os preços disparam. Um quilo de nozes ou castanha chega a custar 80,00, é um assalto! Não compro, é um desaforo! As frutas, carnes, bebidas, tudo fica mais caro. Quanto exagero!A gente gasta, se cansa e engorda. Mais sacrifício para depois das festas. O depois é longo e chato: meses pagando contas, controlando peso e lembrando, é claro.
Quarto: assistir a "bondade" infinita e muuuuito sincera das campanhas da RBS e suas comparsas, para presentear os pobres, que só são lembrados nessa época e que são um prato cheio, para oportunizar a demonstração pública do lado social e humanitário da mídia e da elite. São tristes as cartinhas das crianças ao Papai Noel, pedindo, aquilo que deveria ser garantido o ano todo à dignidade humana: água encanada, piso no banheiro, rancho básico, leite, conta de luz quitada, etc., etc. E as familias ganhadoras expostas publicamente. Que humilhação!
Os mesmos que defendem a propriedade privada sem limites, a acumulação e o lucro, a exploração do trabalho, são os que promovem as campanhas "humanitárias". E pior, não são eles que "dão" os presentes, a campanha é para sensibilizar para que nós sejamos os doadores, que façamos a caridade.
Quinto: aturar os conselhos e instruções sobre os cuidados e condutas que devemos adotar nas festas, as receitas e as propagandas instigadoras ao consumo, algumas de muito mau gosto.
E, para encerrar, vem o Balanço da mídia depois das festas: as mortes no trânsito, as brigas, os baleados e assassinados, os afogados, o montante das vendas, dos lucros, dos empregos,...Pronto acabou!
Fiquemos com as lembranças boas.
Não posso me queixar: não gastei demais, passei o dia de Natal com meus filhos e seus namorados, com minha mãe e com meus amigos Dilmar e Marilú, que nos receberam em sua casa. Almoçamos no meio do mato ao som de uma cachoeira. Tudo muito simples, cantamos, rimos, trocamos presentes.( detalhe: todos acertaram nos meus presentes, que bom, adorei!) Mesmo assim, não evitamos um certo exagero nas comilanças. Também engordei, também terei algumas contas pra pagar. O lado triste é que foi a primeira vez que passamos o Natal sem a presença dos irmãos, cunhados, sobrinhos (as). Senti falta, doeu. Mas posso ir ao encontro de todos nos 12 meses de 2010, que desejo, de coração, sejam cheios de alegria, de encontros afetivos, de bons relacionamentos, de saúde e de muuuuuuito amor. É meu desejo a todos os familiares e amigos e aos inimigos também. Amém!

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