quinta-feira, 11 de novembro de 2010

REUNI EM SILVEIRA MARTINS

Tenho falado do Campus da UFSM em Silveira Martins neste blog e vou continuar falando, porque estou indignada com o que está acontecendo no referido Campus.

Lá foram aprovados cursos de tecnólogos pelo MEC e pelo Conselho Universitário, porque se tratavam de cursos compatíveis com as necessidades da região central e visando alavancar o desenvolvimento endógeno, a partir dos Sistemas Locais de Produção, com objetivo de geração de renda, para uma região que tem perdido renda e população. Houve muita pressão da comunidade da região para que esse Campus fosse aprovado.

Tenho ouvido e lido contestações ao REUNI, principalmente sob a alegação de que o governo estaria aproveitando estruturas físicas e recursos humanos existentes e com isso precarizando os cursos existentes nas universidades e que não investe dinheiro novo suficiente nos novos cursos do REUNI.
Pode ser que isso efetivamente aconteça e creio que, nesse caso, a comunidade universitária tem todo direito de pressionar.

No entanto o que acontece em Silveira não é isso.
Os cursos de Silveira estão correndo sério risco e a continuidade do Campus, a meu ver, também. Mas não porque o governo não tenha fornecido as condições exigidas.
Tenho informação fidedigna porque fiz parte do processo de discussão com a comunidade e de mobilização pela criação daquele Campus e venho acompanhando cada passo, cada acontecimento.

Na verdade houve um grande esforço inicial, coordenado por uma equipe, inclusive pelo professor Jorge Cunha, quando era pró-reitor de graduação, no sentido de garantir plenas condições de funcionamento e de projeto pedagógico pertinente aos objetivos.
Construído o Projeto Pedagógico, abriu-se concurso, com avaliações adequadas ao cumprimento do Projeto Pedagógico. Exigiu-se o melhor: doutourado.
Elaborou-se o projeto do prédio e instalações em área destinada para o Campus. O Edital de Licitação foi realizado e suspenso pelo atual reitor Felipe Muller.

Em resumo: O terreno está lá, a verba para construção do prédio foi destinada para outras finalidades, os professores (doutores) não estão cumprinco com o projeto pedagógico, faltam equipamentos para laboratório e a maior parte dos funcionários concursados para o Campus assumirão em Santa Maria.Os projetos de pesquisa, ensino e extensão previstos, não estão acontecendo. Muitos alunos já se evadem, em decorrência de expectativas frustradas.

Portanto, o governo Federal fez sua parte: liberou recursos para o prédio e equipamentos, professores e funcionários reivindicados, aprovou os projetos, etc.
Quem descaracterizou e desfigurou o Campus? A reitoria e a atual direção e coordenação pedagógica.
Ah, esqueci de dizer que não haverá vestibular em janeiro e nem em maio como estava previsto. Folga para os professores com dedicação exclusiva. Doutores que haviam se comprometido com a proposta pedagógica e que agora, acham-se no direito de não cumpri-la. Professores, que não se fazem presentes nos eventos do Campus da Universidade na comunidade, como ocorreu na seção solene da Camara de Vereadores, em comemoração aos 50 anos da UFSM. Professores e alunos que não lutam pela Unidade, ausentes e indiferentes.

E a comunidade? Parece-me que está sendo "enrolada" pela direção da Unidade. Lamentável! Por essas e outras que, talvez, o REUNI fique desmoralizado. Talvez, de fato, outros municípios da região lutassem e valorizassem mais essa, que deveria ter sido uma grande conquista!

2 comentários:

  1. Concordo plenamente com o que dizes. E digo que
    os principais culpados por isso acontecer são
    professores da Universidade, que discordam que o acesso ao ensino superior seja oferecido. É uma ala que se "intitula" socialista (PSTUs, PSOL)que ironicamente não querem que o REUNI dê certo!!!!! São as vaidades, tudo muito pessoal!!!!! É lamentável o egocentrismo que vivemos hoje!!!!

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  2. Tens razão, também tenho essa impressão. Extrema esquerda (PSOL) e extrema direita se parecem muito. Que pena! Mas eu ainda estou estudando possibilidade de denunciar ao MEC. Vamos ver quem será o ministro. Não me conformo!

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