quarta-feira, 24 de abril de 2013

VELHOS VIAJANDO PELA AMÉRICA DO SUL

Primeira viagem. Pretendemos conhecer toda América do Sul e Brasil, que conhecemos pouco.

Eu, o Irineu e uma prima (Veronice) saímos a viajar pelo Chile, Bolívia e Perú, por conta, sem agência.
Saímos dia 4 de fevereiro. Chegamos no Chile às 20h. A viagem já é uma boa experiência. No aeroporto de São Paulo  tive de jogar no lixo o hidratante e o shampoo porque tinha mais que 120 gr. No mais, é a experiência de trocar dinheiro, falar espanhol ou nos fazer entender em português. Viagem linda, sem turbulência.
A visão da Cordilheira dos Andes é lindíssima, mesmo sem a neve. É a Cordilheira que separa o território da Argentina do do Chile. Quando se vê a cordilheira sabe-se que se está chegando em Santiago do Chile.
Pegamos uma lotação que custou o equivalente a 20,00 cada um  e percorremos os 20 km até Hostel que havíamos reservado pela Internet.
O Hostel fica na rua Paris Londres, no centro de Santiago. Uma rua romântica, que foi habitada por imigrantes europeus, com casas antigas e belas. Próxima à Igreja São Francisco, um dos pontos turísticos que a gente encontra nos catálogos. Construída em 1560 conserva ainda as pedras e estrutura original.



PLANO DE VIAGEM INICIAL
Pensávamos em ficar de 4/2 a 7/2 em Santiago. Dia 8/2 iríamos a La Serena e de lá a Calama e de Calama a São Pedro do Atacama, mais ou menos 150km de Calama. No deserto de Atacama conheceríamos o Vale de La Luna, o Vale da Muerte, El Tatio (os gêises e as lavas vulcânicas) e iríamos nos banhar  nas águas mornas e outros atrativos.
 De São Pedro, rumaríamos à Bolívia: Copacabana, às margens do Lago Titicaca e daí para as ilhas flutuantes ( já no Peru). Voltaríamos à Bolívia e aí iríamos conhecer os salares, depois a Santa Cruz de La Sierra e descendo em direção ao Brasil, via pantanal (Corumbá, Campo Grande, Dourados) e de ônibus a Santa Maria.

REALIDADE
Tudo estava acontecendo como prevíamos. Compramos passagem para La Serena e na véspera descobrimos que nevou e que chovia torrencialmente ( o que não acontecia a décadas) no deserto do Atacama. Vimos pela televisão que os turistas estavam ilhados, sem poder sair de São Pedro. Muitos turistas haviam saído de Santiago, que estava muito quente (para eles, porque era bem menos quente do que no Brasil) e acamparam em São Pedro do Atacama  Já estávamos preocupados com hospedagem e aí vimos pela televisão que a situação estava catastrófica em São Pedro. A chuva derrubou barreiras, inundou casas e hotéis, interrompeu o tráfego e, enfim, não tínhamos como ir a São Pedro.
Pensamos: vamos conhecer mais a Bolívia e o Perú. No entanto, só conseguimos voo para La Paz (Bolívia) para daí a 6 dias. Até lá tínhamos que permanecer no Chile.

 No Chile também era sentido o efeito das chuvaradas na Cordilheira. O barro desceu às barragens e por conta disso, ficamos sem água por um dia inteiro e então  nenhum restaurante ou lancheria abriu as portas. Comemos lanches e frutas no Hostel, comprados nas bancas de rua.

PASSEIOS NO CHILE
Logo que chegamos fomos à praça central de Santiago, que fica entre os palácios oficiais. Aí está o povo e certamente encontraríamos as informações que pretendíamos: casa de câmbio, empresas de turismo que nos levassem a conhecer Santiago e arredores. Após algumas informações concluímos que a empresa Turistik era o que precisávamos. E, de fato,são muito profissionais. Iniciamos circulando pela grande Santiago para ver o tradicional: palácios, praça de Las Armas, Catedral, Mercado Central, Palácio de La Moneda, Museu Nacional, Avenida Brasil, Rua Maturana, Estação Ferroviária Central, Estação Rodoviária, etc.
Para o dia seguinte marcamos um passeio a Val Paraíso e Viña Del Mar.

Val Paraíso e Viña Del Mar
O guia era ótimo e foi fornecendo informações sobre a história, a economia, os costumes do povo chileno. Passamos pelos vales dos vinhedos, das plantações de frutas (cítricos, abacate, maçã, pêssego, etc.) tudo com irrigação através de canais que coletam e conservam a água que vem das geleiras. Ainda aproveitando os canais do tempo dos Incas, claro que ampliados.
O Chile importa bananas, manga, abacaxi, o resto eles produzem. Frutas boas e baratas. Conhecemos a vegetação local (escassa e baixa, diferente do Brasil). Constatamos o ótimo estado das rodovias.
Valparaísio é uma cidade histórica, uma das mais antigas do Chile. É um importante centro universitário com vibrantes atividades culturais. Cidade com belíssimas construções antigas, luxuosas outrora, quando Valparaíso era o porto onde chegavam e saiam os navios que vinham e iam à Europa. Navios que aportavam no Pacífico. (Relato do Guia).
Posteriormente, com a abertura do Canal do Panamá, Valparaíso empobreceu, perdeu renda e os ricos foram se abrigar em Viña Del Mar e lá construíram seus luxuosos refúgios.

Valparaíso chama a atenção pela beleza, por sua curiosa arquitetura, toda encravada nos morros, em 3, 4 andares, respeitando a geografia. Essa característica fez com que a população construisse elevadores mecânicos (hoje tem alguns elétricos) para se deslocarem de baixo para cima e vice-versa.
Valparaíso foi declarada patrimônio da humanidade por respeitar a geografia, isto é: as casas adaptarem-se aos morros, sem escavações ou terraplanagens que destruíssem a configuração da natureza.

As casas são muito coloridas e isso se deve à tradição de identificar em cada rua, o local de residência de cada família  pela cor das casas. Junto com isso o costume da boa vizinhança  de se emprestarem pertences e mantimentos. Hoje perde-se essa característica e alguma casas estão à venda e valem milhões pela beleza e pelo valor turístico, graças à beleza arquitetônica. Chama a atenção em Val Paraíso ( e também em Santiago) o abundante uso do grafite nas fachadas, muito coloridos. Há pichações  mas a grafitagem é  predominante.

Em Valparaíso está a Casa Sebastiana, residência de veraneio do poeta Pablo Neruda, toda grafitada.
É em Val Paraíso que funciona o Congresso Nacional do Chile, a 120 Km de Santiago.

Já Viña del Mar é uma praiazinha  fria, profunda (imprópria para banhos). Casas lindas, castelos quase dentro do Mar. Passeios de Vitorias (carruagens francesas). Não tem a importância histórica de Valparaíso.
Apreciamos o delicioso almoço à beira mar, cujo cardápio era de frutos do mar. Retornamos já noite.
Outro dia continuo o relato. Vou escrever sobre a economia e costumes do povo chileno.

3 comentários:

  1. Deve ter sido um passeio lindo, este é um lugar que pretendo conhecer um dia...Viajar é muito bom, e quase sempre as coisas não acontecem como o planejado, mas é isso que torna o passeio interessante. É muito bom passar um tempo com outros povos, ver seus costumes, seu modo de vida...Vou acompanhar seu relato, assim já viajo um pouquinho através das suas experiências, bjs

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  2. Que bom que vais ler meu relato, isso me estimula escrever. Obrigada. Abraços e paz.

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  3. Ooi qual é o seu contato preciso fazer umas perguntas bjs

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