sábado, 28 de agosto de 2010

ELEIÇÕES

Todo esse aparato de carros e ônibus com a "lata" dos candidatos e mega som, cantando as músicas-temas de campanha (algumas muito hilárias ou ridículas), muita gente, com cara de enterro, entregando "santinhos", cada vez mais produzidos, com papéis cada vez mais caros...faz a gente enjoar, soa na nossa mente um sinal de alerta: precisa ser assim?

Olho para os rostos patéticos, sem expressão dos militantes pagos, que não convencem ninguém e fico pensando no tempo em que se fazia política com paixão. Pelo menos comigo foi assim. Ser candidata pelo PT, era colocar-se na vitrine do sacrifício (porque a gente não tinha dinheiro e pouca possibilidade concreta de se eleger) a gente "ia pro sacrifício". Sacrifício bom, cheio de "tesão", porque era feito para defender projeto transformador, visando uma sociedade nova, humanizada.
Hoje sobram candidatos, a disputa é acirrada. A campanha é profissionalizada (eleger-se é manter a profissão, para muitos).
Ainda tem os que acreditam que a eleição é um espaço transformador e é, de fato, a democracia que temos. O sistema institucional precisa das eleições. Então por que paira no ar, e na mídia e nas conversas, uma certa rejeição aos políticos? Um deboche e um processo midiático de ridicularizar os políticos? Os humoristas chegaram a fazer protestos para garantir, no judiciário, o direito de ridicularizar os políticos.

Eu entendo que é preciso respeitar as pessoas, enquanto pessoas, que estão participando de um processo institucional, insuficiente como democracia, é verdade, mas consensual na sociedade como necessário.
Quanto ao projeto Ficha Limpa, é inútil, pois tem um aparato de outras leis que impedem certas falcatruas de governantes de se tornarem crime. Vejam, o caso da governadora Ieda, havia um dossiê de evidências sobre a ilegalidade na compra da mansão. Foi para CPI no legislativo e, como ela tinha maioria, foi arquivado. A maioria na Câmara garantiu a impunidade. O ex-deputado João Luiz Vargas, envolvido em outros casos de corrupção, foi afastado do cargo no Tribunal de Contas, recebendo uma aposentadoria antecipada e está concorrendo novamente. Há centenas de casos assim.

As campanhas eleitorais me fazem lembrar meu período de militante e de candidata. Lembro tantas histórias, porque minhas campanhas não eram de militância paga, não apenas porque não tinha dinheiro, mas também porque não faz parte de minhas concepções. Eu e meus apoiadores, íamos nas casas, caminhávamos por entre as pessoas, conversávamos. Éramos acolhidos, ouvíamos as histórias, e também levávamos corridão, principalmente dos cachorros brabos.
Aconteciam episódios cômicos, perigosos também.
De todos os processos que participei, só me elegi vereadora em Restinga Seca, faz muito tempo. Mas lembro das histórias de vereadoras e foram muito significativas. Era militância, luta e participação. Qualquer dia conto alguns episódios.

2 comentários:

  1. Por que será que não se tam mais vontade alguma de assistir um programa político?
    Acho que é pela profissionalização das companhas, todos dizem as mesmas coisas, são frazes feitas, dizem o que pensam que o eleitor quer ouvir, pior é que tem gente que ainda acredita!!!!

    ResponderExcluir
  2. É verdade mana, veja o PSDB e o DEM criaram e votaram a favor do fator previdenciario, diziam que a Previdência ia quebrar. Agora tenho ouvido eles prometerem que vão acabar com o fator previenciário. Criticavam o "assistencialismo" do Bolsa Familia, agora o popular "Zé" Serra diz, com todas as letras que vai asumentar o Bolsa Familia e teve um candidato a Presidente, não lembro qual deles, que falou que ele vai pagar um salário mínimo de Bolsa Familia, pelo menos. E assim vai. Mas o Serra é tão oportunista que colocou o Lula no programa dele e que no governo dele o Brasil vai "continuar" melhorando.Por isso a Dilma cresce, porque o povo pensa assim: se é para continuar, porque apostar no genérico, se tem candidata de marca?

    ResponderExcluir