segunda-feira, 22 de março de 2010

Cursos da UFSM em Silveira Martins em crise.


A Unidade Descentralizada da UFSM em Silveira Martins, que teve cinco cursos aprovados pelos Conselhos da UFSM está em crise.
Os cursos foram analisados, debatidos,tiveram algumas manifestações contra a aprovação dessa unidade, mas foram soberanamente aprovados. O MEC também aprovou, porque as propostas eram inovadoras e preenchiam as características das exigências do REÚNE.
Objetivo dos cursos: capacitar recursos humanos para ajudar a fomentar desenvolvimento sustentável, a partir do potencial econômico e cultural da região da 4ª Colônia de Imigração Italiana e demais municípios, onde predomina a agricultura familiar, a partir da constatação de que, após mais de 50 anos da existência da UFSM na região, esses municípios não foram beneficiados com a contribuição da Universidade e perderam população e renda.

Os cursos foram aprovados para desenvolver proposta pedagógica, que fugisse ao modelo tradicional de ensino, transmisor de conteúdos teóricos pré-concebidos e pouco significativos para os objetivos propostos. Na proposta dos novos cursos, deveria acontecer ensino, pesquisa e boas práticas de forma concomitante.
As transferências de professores, os concursos realizados, tinham essa concepção e os candidatos aprovados e transferidos para a unidade, assumiram essa proposta.

Foi garantido e conquistado, uma área de terra para construção do prédio,para comportar laboratórios, salas e todas as condições necessárias ao pleno funcionamento dos cursos, dentro da proposta aprovada. Os projetos para construção estavam prontos e chegou a sair o edital para licitação, já com verba liberada.
Os curso iniciaram, provisoriamente, em prédio da Prefeitura.

Mas o que está acontecendo agora?
1 - Foi cancelado o edital de abertura da licitação para construção da obra.
2- A Universidade corre o risco de perder o terreno, por não construir a tempo, uma vez que os recursos, que haviam sido liberados, foram destinados a outras prioridades da UFSM, pela reitoria. O Convenio com a Prefeitura de Silveira Martins estabelece que, se a construção não se efetivar,dentro de 3 anos, se não me engano, o terreno volta para a Prefeitura.É bem verdade que a Reitoria está propondo alguns remendos no local onde estão funcionando os cursos.
3) O prédio provisório, ocupado pela Unidade, não comporta a instalação de todos os equipamentos e laboratórios necessários, além de não ser possível garantir refeitório e alojamentos, necessários para viabilizar a frequencia de muitos alunos.
(tudo estava previsto e havia verbas).
4 - Alguns professores, com transferência garantida e chamados por concurso, começam a questionar o Projeto, pressionam para se acomodarem nos tradicionais modos de ser professor público universitário: despejar conteúdos teóricos, não cumprir com o regime de 40 horas, disputar cargos em Comissão, etc. Outros, parecem torcer para o curso não dar certo e assim serem transferidos para S.Maria. A maioria não se faz presente na Comunidade e não conhecem a realidade e nem se esforçam para tal.
5 - O atual reitor, em suas falas e visitas, demonstra não conhecer a proposta ou não acreditar nela e não considera as opiniões da comunidade, manifestadas em audiência pública.
De forma autoritária, determinou que só doutores podem ser diretores pedagógico ou administrativo. Isso complica porque a elaboração dos Projetos Pedagógico e Administrativo, aconteceu sob a coordenação de Mestres e doutores, antes mesmo desse reitor se eleger e antes da chegada de alguns doutores. Com essa determinação ficam fora pessoas, que embora não sejam doutores, são profundos conhecedores do Projeto e da realidade.
É lamentável constatar tudo isso. Espero que algumas pessoas que lá estão, tenham força e coragem para segurar a Proposta e os cursos. Tomara que eu me engane, mas esse relato baseia-se em informações de pessoas da comunidade de Silveira Martins, que estão acompanhamdo os acontecimentos referentes ao funcionamento da Unidade.

3 comentários:

  1. Interessante relato! Acho importante que as pessoas saibam o que está acontecendo por lá. Se resolveram criar o campus com os cursos, agora tem que bancar e investir, nao é?

    ResponderExcluir
  2. Pobre de alguns concursados que nem foram chamados e que tinham vontade de participar desse projeto. Tem prof. que fingiram concordar com o Projeto só para entrar. Tem muuuuitos doutores arrogantes, incompetentes e canalhas, em toda parte. Estou fula com alguns.

    ResponderExcluir