quarta-feira, 19 de maio de 2010

BRUTALIDADE IMPERDOÁVEL

Tenho lido textos de pessoas indignadas com o Bulling, deputados fazendo projetos de lei sobre o tema, outros legislando para proibir as pulseiras do sexo, entre outras coisas. Nada contra, embora entenda, que não se modifica tais coisas com leis.
Mas não tenho lido quase nada sobre alguns episódios que aconteceram dias atráz e que, parece, causaram pouca indignação e nem surpresa. Será que estamos nos acostumando com a barbárie?

Vamos aos fatos:

A Globo fez uma reportagem sobre os moradores de rua, em São Paulo. Dois dias depois um grupo de motoqueiros, durante a noite, atiraram para matar em seis moradores de rua, que dormiam sob um viaduto. Um sobreviveu, não sei até quando. Pergunta: a quem interessa a morte dessas pessoas? Por que matá-las? Porque sujam a rua? Medo que roubem para comer? Qual é a ameaça? E ficou por isso, não se soube mais nada, a não ser que "a polícia não tem pista dos assassinos". Será que não?

No outro dia, outra notícia terrível. A polícia faz sinal para um motoboy parar, a moto estava sem placa. O motoqueiro, de 19 ou 20 anos, não lembro bem, pára a uns 100 ms. da abordagem, em frente a casa onde mora, com a mãe. A polícia vai até lá, e embora o rapaz e a mãe tentem explicar, espancam-no até a morte, sob os gritos da mãe, na sua frente, sem nenhuma chance. O rapaz errou? Talvez, mas então multe, recolha a moto, há penas para isso. Não, a "segurança policial", julgou, condenou e executou, ali mesmo, sob o olhar aterrorizado da mãe, e com a omissão de todos que, certamente, presenciaram.
Entrevistada, a mãe falou:" a quem eu poderia recorrer, se quem deveria nos proteger estava matando meu filho"?
Me ocorreu pensar, que talvez por isso, algumas pessoas se sentem mais protegidas pelos bandidos. Quem sabe a mãe devesse ter algum bandido para chamar, já que a polícia era o bandido naquele momento?

E tem mais: o dinheiro merece cuidados, a pessoa humana não. Falo do aposentado, portador de um marcapasso, que não conseguia entrar no Banco, para fazer suas transações bancárias, porque o detector de metal, lhe barrava entrada.
Ao explicar, como sempre fazia, ao guarda ( um sujeito imbecil, embrutecido ou aterrorizado, portador de síndrome de pânico, quem sabe, ou louco mesmo) , discutem, o guarda teima e, por fim, dá um tiro na cabeça do cidadão. Morreu e a familia doou os órgãos, generosamente.

Será que o sujeito ficou assustado, imaginou que o Banco seria assaltado pelo cidadão, portador de marcapasso? Que orientação o paranóico guarda recebeu? Que formação teve? Detalhe: a vítima era negra. Tem algo a ver? Não sei, mas que tem gente racista, isso tem!

Sei que ninguém gosta de ler coisas ruins, mas escrevo porque preciso socializar minha inconformidade com esses acontecimentos. Que os bandidos matem, continua abominável, mas são bandidos, mas o Estado (através de seus brutamontes) mata, bate, tortura...

Sei de um conhecido, gente boa, aqui de Sta. Maria, que, por esses dias, foi espancado porque estava pixando (grafitando). É uma infração? Por que a Brigada se invoca com um grafiteiro? Pessoalmente acho que tem tanta poluição, inclusive a visual, que as pixações (a arte dos grafiteiros) são bonitas. MAS VOLTANDO À VIOLÊNCIA, A BRIGADA NÃO TEM QUE BATER EM NINGUÉM. QUEM ESTÁ DANDO ESSE TIPO DE ORIENTAÇÃO? E depois a sociedade se espanta, com o crescimento da violência, nas práticas do Bulling na escola? Será que não há mesmo nenhuma relação?

Há quem entenda que tem que bater mesmo, isso é que é triste! O Estado e seus brutamontes me inspiram medo, insegurança.
Como educadora eu me pergunto: O que ensinar aos alunos e filhos sobre as "autoridades" que deveriam garantir o respeito e a vida das pessoas? Devemos alertar, talvez, sobre a periculosidade daqueles que deveriam garantir a segurança pública?

2 comentários:

  1. Só pra somar mais um exemplo: ontem em todos os jornais saiu publicada a notícia de que policial de grupo especial da polícia matou cidadão em São Paulo porque confundiu a furadeira que ele usava com uma metralhadora... Os policiais estão doentes mesmo, nossa sociedade está doente.

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  2. Não sei se a sociedade está doente ou se esses caras são formados para matar mesmo. Eles são doentes. Temos que nos cuidar dos esquemas de segurança. Não sei pra quem essa segurança. Loucura total! Beijo

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