domingo, 30 de maio de 2010

Resgatando o FILÓ


Ontem eu, o Irineu e minha mãe, fomos A Silveira Martins, na casa dos amigos Dilmar e Marilú.
Eles moram num lugar, que é uma clareira no meio de uma mata nativa, logo depois da Vila Catani. Mato, grama, cascata, casa com lareira, forno à lenha, ouvindo o barulho da água de uma pequena cascata.
Lindo! Ah, e tem a Gaia, uma jovem cadela Labradora, carinhosa, brincalhona!
Fomos fazer filó.

O filó era um costume dos antigos imigrantes italianos. Estes, juntavam-se, à noite, para realizar serviços juntos. Descascar e debulhar milho, por exemplo. Iam trabalhando, conversando, interrompiam para tomar café e comer cuca, bolachas e/ou pão caseiro.
Pois foi para fazer pão em forno a lenha, que nós resgatamos o filó.

Eu e o Irineu entramos com os receitas e a prática de fazer pão.
A Marilú e o Dilmar compartilham a casa, o forno e oferecem o almoço. Repartimos os ingredientes e depois repartimos os pães.
Ontem fizemos aproximadamente 30 pães, em tres fornadas.
O Dilmar e o Irineu que cuidam do cozimento dos pães. Não é fácil acertar a quantia de lenha e controlar o calor do forno, aquecido a brasas, para que o pão não queime ou fique crú.
A mãe fazia crochê ou dormia na sala da lareira, em companhia da Gaia.

Levei a máquina de costura e enquanto os pães cresciam e/ou cozinhavam eu ia consertando alguma roupa.
Almoçamos uma deliciosa feijoada, acompanhada de couve e laranja e, é claro, uma gostosíssima farofa.
Tomamos café e de sobremesa um doce de abóbora.
Encerramos o dia com um café colonial, com pão quentinho, é claro.
Ah, esqueci de dizer que nossos pães são muito nutritivos, cheios de nutrientes e fibras.
Os pães de ontem, foram de mandioca, cenoura e baicon. Sempre juntando farinha integral, leite de soja, farinha de linhaça. Aromatizados com erva doce(no de mandioca), casca ralada de laranja, no pão de cenoura. Ficaram uma delícia!
E tem os assuntos que permeiam o trabalho. E as "inocentes" fofocas. A vida sem fofoca não tem graça.
E os debates informais sobre educação, política, culinária, moda, familia, etc.
A gente termina o filó, com a sensação de que fez terapia. Que canseira boa! As vinte e uma horas já estávamos dormindo.

Bem, e o melhor é que o fazer pão significa ofertar aos filhos um alimento nutritivo e cheio de boas energias. Hoje, pela manhã, domingo, fomos ao apartamento, e enquanto a Lúcia, Leonardo, Silvana e Alice dormiam, deixamos sobre a mesa uma sacola cheia de pães e saimos de fininho.
Penso que todo mundo devia fazer filó, para compartilhar conhecimentos e realizar novas aprendizagens.
Faz parte do que acreditamos: criar comunidade, criar laços e compartilhar.

3 comentários:

  1. E que pão bem bom. Na próxima vou junto, mas eu entro só com o estômago vazio de ajuda.

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  2. Próximo filó aqui em casa! Como não sei fazer nada, entro com a casa e os ingredientes! Quero aprender a fazer pão e massa caseira de pizzas e tortas salgadas. E nos intervalos, se a Cecília deixar, umas costuras... rsrs

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