quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Alegria e sensualidade

Não me lembro onde eu li que a tristeza despotencializa, paralisa as pessoas. Concordo e é por isso que eu e o Irineu, buscamos espaços e momentos de prazer e de alegria.Nós, que estivemos durante tantos anos, envolvidos na luta por uma educação de qualidade, na luta político-partidária e em alguns momentos nos movimentos populares, agora, já mais velhos,desarticulados de algumas antigas lutas, já aposentados,filhos criados e educados, ousamos tentar outros espaços, já com outra compreensão. Não desistimos de tentar nos engajar, onde possível, para construir espaços de liberdade, de democracia, de participação, de protagonismo.
Participar,escrever, ler, conversar, produzir comunicação, criar novas relações ...afetar e ser afetado, no cotidiano, sem a pretensão de ser modelo ou testemunho para quem quer que seja, nem para os filhos (que já são bem crescidinhos e que têm nos ensinado muito), tem que vir acompanhado de alegria, de cuidados com nossa vida, com o prazer de fazeres que ainda não tínhamos experimentado.
A satisfação de, tres vezes por semana, caminhar e fazer musculação, junto com outras pessoas de nossa idade e descobrir que lá a gente estabelece novas relações, novos encontros. O prazer de, duas vezes por semana, participar de um grupo que se encontra para aprender a dançar e com alguns sair para dançar.
Ontem à noite fomos no Skato bar, jantar e dançar.Gostamos muito da programação: jantar, dançar, encontrar conhecidos e apreciar a dança e o prazer dos outros.
A dança aproxima, é arte, alguns dançam para se exibirem.Alguns com razão, dançam bem, outros nem tanto...mas pensam que estão arrasando. Mostrar seus corpos dançantes, ágeis, leves, ...alguns desengonçados, mas todos sensuais.
Corpos mais ou menos juntos, concentrados na música ou no corpo do outro. Em alguns é notável o prazer de estarem abraçados, ao som da música, deslizarem pela sala, como se lá estivessem sós, um para o outro.
Algumas músicas românticas, chorosas, de dor de cotovelo, embalados pela voz meio rouca da cantora, eram mais apreciadas, a sala ficava repleta. Bonito, saudável. As pessoas, tenho certeza, enfrentam melhor a labuta e os dissabores da vida, após uma noitada de música, dança e sensualidade. Inclusive nós. Eu tinha tanta vergonha de dançar, ainda não me atrevo a faze-lo, se o ritmo for desconhecido.Descobrir esse prazer foi uma vitória para mim e creio que para o Irineu também. Ele dança muito bem. Adoro dançar com ele! A dança é, sim, revolucionária, me trouxe alegria, prazer que não imaginava. E o Irineu foi tão companheiro, ajudou a realizar esse meu pequeno sonho.

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