domingo, 24 de janeiro de 2010

Tereza, como tu reclamas!

Tereza, como tu reclamas! Reclamo sim, mas nem tanto. Deveria reclamar mais e depois, reclamando faço terapia, me stresso menos, frente a tanto abuso, desrespeito e incompetência, que a gente é submetido cotidianamente. Justifico. Ficamos dois dias sem telefone. Sabem por que? Porque a NET esteve no prédio onde moramos e ao "consertar" alguns problemas, enganou-se e ligou na nossa linha o telefone da vizinha, que é atendida pela GVT.
A GVT veio arrumou o da vizinha e o nosso ficou mudo. Ficamos dois dias atendendo chamados, que eram para a vizinha e tentando agendar com a NET uma visita técnica. Quanta musiquinha estridente tive que ouvir do telefone da NET.
Finalmente arrumaram. E o pior é que durante esses dois dias, estivemos sem água. Em casa, algumas horas, esperando a visita da NET e sem poder usar banheiro, fazer comida, fazer qualquer tipo de higiene.
Quanto à água, o racionamento continua. Ontem tomamos banho fora de casa, comemos fora e passamos o dia fora, depois de levar minha mãe de 84 anos na casa de outra irmã.
A Corsan pede paciência, pois com tanta chuva rebentaram duas adutoras. Claro, a gente entende. Precisavam de alguns dias de sol para consertá-las. Tivemos diversos dias de sol e o problema continua. Hoje veio um pouquinho, juntei nos baldes para por nos banheiros.
Aí lembrei-me do que a governadora Yeda divulgou amplamente: A Corsan é superavitária, isto é: dá lucro. Ou seja, gasta menos do que arrecada.
Quando estudei economia política, lá no curso de Ciências Contábeis, algumas décadas passadas, lembro-me de um princípio ético sobre as empresas públicas: O superavit não é ético porque significa que o Estado está arrecadando mais do que os serviços que deve prestar. Como as necessidades da população serão sempre infinitas, não é admissível que sobre dinheiro. Se sobrar é porque serviços estão deixando de ser prestados, com qualidade, porque a demanda é sempre crescente.
Essa era a concepção. Não é mais, certamente. Por que? Bem, não vou cansar ninguém com explicações sobre o Neoliberalismo e o seu Estado Mínimo. Todos já conhecem.
Na prática, os lucros da Corsan significam menos gente, menos equipamento, menos recursos para fazer, com eficiência, a água chegar a todos, em condições de potabilidade. Água, ainda temos, e agora com tanta chuva não há escassez. O que temos é problemas na sua distribuição, por causa das dificuldades técnicas da Corsan que está precarizada para dar lucro (superavit).
Claro que a gente aproveita e faz um exercício de reflexão sobre a importância de usar a água com respeito e parcimonia. Faz também a gente desenvolver, sempre mais, a solidariedade com aqueles que vivem em situação de escassez. Mas não se admite a escassez por causa do caixa que a Governadora fez e faz, para gastar em seu palácio e repassar a seus amigos, em forma de incentivo e isenções. Certamente não estou criticando os servidores que estão trabalhando na Corsan. Creio que fazem o que podem.Enquanto isso, acho que hoje vou matar o banho.Ah, e a gente não tem canais efetivos de reclamações. Claro, primeiro a gente tenta reclamar para as prestadoras de serviços, mas somos atendidos por gravações que mandam discar números. Não há possibilidades de dialogar, muito menos de expressar as merecidas xingadas, que, dá vontade e que são merecidas. Paciência, haja paciência!

2 comentários:

  1. É um absurdo tudo isso!! tem que reclamar mesmo. A Corsan é sempre assim; oferece um péssimo serviço. Tens razão de estar indignada. E a NET é outra porcaria de serviço; todo mundo reclama. É foda!

    ResponderExcluir
  2. Você vai votar na Dilma?

    ResponderExcluir